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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Abril ainda está por fazer…



Abril….

Vagueando pelo meio dos meus documentários...,dei com os olhos no "Capitães de Abril". Sei bem que não é um documentário, mas na minha prateleira está nesse lugar, dos documentários. Tinha 4 anos no dia 25 de Abril de 1974. Não resisti a dar uma olhadela, pela 225ª vez e mais uma vez, como da 1ª vez que o vi, chorei novamente… E principalmente, chorei por continuar a sentir vontade de chorar quando o vejo. Abril ainda está por fazer! Abril foi e é todos os dias enxovalhado e vergonhosamente tomado por bocas e mãos que nunca o entenderam mas sempre o usaram ou se entenderam, no dia da nascença, o enterraram imediatamente.

Abril ainda está por fazer… Abril ainda está por fazer… Abril ainda está por fazer…

© Mário Rodrigues - 2009

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Não, não é nenhuma novidade...

Não, não é nenhuma novidade, infelizmente. Há já muito tempo que clamo e grito até a minha voz se sumir. A promiscuidade entre o poder político, o poder judicial e a banca é vergonhosa, escabrosa, corrupta, injustíssima e atenta aos mais básicos dos direitos humanos do povo. O “putedo” em redor das trocas de poleiros, proporciona a possibilidade do, “hoje eu abro-te esta porta, que está fechada para todos mas como eu tenho as chaves… se amanhã tu me garantires…” É gritante o modo como a banca deste país, verdadeiros agiotas, seres repugnantes, “merdosos” que sem escrúpulos nenhuns, afrontam quem roubam, com lucros vergonhosos, tendo em conta de não passam de carcaças que tiraram das bocas dos nossos filhos, das casas que pagamos 3 vezes, do nosso nome e honestidade que será sempre muito maior que a deles, e que eles protegidos pelos amigos governantes e com a conivência dos compadres judiciais, enxovalham nas lamas publicas de listas que são acima de tudo o retrato da sua própria incompetência e ávida ganância. Se assim não fosse, em vez de se aproveitarem das fragilidades, sem quaisquer escrúpulos, ajudariam a tomar decisões mais acertadas e responsavelmente, dizerem “não”, sempre que fosse sinónimo de responsabilidade. Mas tudo isto se passa sem problemas, porque quem hoje rouba na administração de um banco, amanhã é ministro de qualquer coisa e depois administrador de uma qualquer EP, para colher umas reformas milionárias, roubadas aos contribuintes, com a garantia que logo depois serão acumuladas com a administração de outro banco ou coisa do género. O país não tem a culpa de rigorosamente nada e recuse-me a emigrar. Mas sinto-me permanentemente roubado, espancado, violado… Por um “chico-espertismo” de alta-roda, que somos obrigados, escravizados, a alimentar. Continuarei a gritar, apesar de poder ser chamado de masoquista…


© Mário Rodrigues - 2011

Coiso...

Sem conotações partidárias, sindicais ou quaisquer outras, sem fantoches que se juntam a uma luta pela frente e se lambuzam vergonhosamente nos bastidores, quero, desejo e sem qualquer receio me junto a um brado em uníssono para transmitir que os portugueses em geral e nós os mais jovens não somos parvos. Não somos rascas. Não somos inúteis. Não somos despreocupados nem distraídos. Somos inteligentes, vemos muito bem e há já muito tempo, que somos explorados, roubados e desrespeitados pelos governantes e toda a teia promiscua de interesses especulativos e financeiros que os rodeia, num bolo de vergonhosas dimensões. Está na hora de deixarem de nos afrontar a fome com exibições de lucros milionários às nossas custas. Está na hora de serem honestos e dignos da confiança que lhes foi confiada. Está na hora de deixarem de nos usar a todos como insectos desprezíveis que podem ser esmagados com a ponta de um indicador. Está na hora de dizermos todos que sabemos muito bem o que eles fazem e como fazem, o que usurpam e de que modo, mas que estamos fartos. Que estão a matar a última coisa que deveria morrer no coração de uma mulher e de um homem que é a esperança. 
A revolta de um povo prende-se pelo ele possa ter a perder... Os portugueses em geral e os jovens deste país começam a ter muito pouco a perder.

© Mário Rodrigues - 2011

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Eu gostava...

Gostava!

Gostava de ser melhor do que sou a fazer o bem, bem
Gostava de poder e conseguir ajudar mais, quem precisa mais
Gostava de saber dizer palavras que acalmassem os inquietos
Gostava de conseguir confortar os desesperados
Gostava de dizer as palavras que contam para os solitarios
Gostava de não dizer a um filho que o pai morreu
Gostava de nunca ser necessário dizer a um pai que o filho nasceu
Gostava que jamais um filho morresse
Gostava de saber o que fazer amanhã
Gostava de saber que o meu filho soubesse que o filho dele tinha futuro
Gostava de ser respeitado
Gostava de não ser roubado
Gostava de não ser ignorado
Gostava de não ser um mero número
Gostava de não ser dispensável
Gostava de não ser um fantoche
Gostava de achar que os outros eram bons
Gostava de acreditar que todos faziam com cuidado
Gostava que o trabalho de todos não fosse delapidado
Gostava de ser possivel gostar de acreditar nisto

E como um amigo meu me disse, "Gostava de conseguir ter esperança..."


© Mário Rodrigues - 2011

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Uma grande festa, nas terras destes lados...


Nas terras destes lados, foi organizado um festim com o intuito de me imolarem.
No entanto, esqueceram que o candidato a carcaça teria de estar presente.
Toda esta cerimónia foi preparada há já alguns tempos, mesmo antes de eu nascer. Incauto transeunte, fui rematado por poucos cobres e nem uma vénia me fizeram.
Não me ofereceram o cachimbo da paz, ainda que cianeto houvesse na fornalha.
Com escárnio me foram entregando as charretes para que gentilmente as arrumasse.
Em todas as nomeações fiquei a ver de fora, das mesas nem as migalhas me tocaram e só sou escutado no fio da faca.
Escroques mostrem os vossos rostos, digam quem são os responsáveis por nós vivermos assim!
Déspotas, escancarem as vossas tramas expliquem as vossas manhas e os que com elas beneficiam!
Nas terras destes lados, dancei na mesa nu e na liga não obtive notas.
A mim não me subornaram, nem em troca de traição no terreiro fui aclamado.
Pelo preço do pão dos meus filhos querem que como um cão marioneta, abane a cabeça que sim.
Quem são vocês, os filhos de mães gentis criadas, que das entranhas tais merdas pariram.
Pois então podem-se preparar para no festim a carniça disputarem com olhos que nunca viram.
Não esqueçam no entanto, que muito antes do meu pranto, já os vossos companheiros com os olhos cravados nos vossos lombos, o vosso couro pedirão.
Escroques mostrem os vossos rostos, digam quem são os responsáveis por nós vivermos assim!
Déspotas, escancarem as vossas tramas expliquem as vossas manhas e os que com elas beneficiam!

© Mário Rodrigues - 2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

Mas quem escolhe a vaselina sou eu!...


Há algum tempo vivi uma situação que descrevi em "Eu não sou doutor!...", que me deixou "podre de raiva". Se naquela situação entendi a posição do interveniente, na que se passou hoje não entendo. Um dia destes, depois de a raiva me passar, talvez a descreva já devidamente lixiviada pelo tempo. Agora não. A vida tem feito de mim um homem de causas. A indignação, o inconformismo, a raiva e a vergonha, muitas vezes me têm empurrado para a defesa de posições que me custam etiquetas, cicatrizes e outras coisas...
Mais uma vez voltei a perceber que a maioria das pessoas tem tendência a "arruaçar" sem razão e a acobardar na frente do decisor quando a razão é exclusivamente delas. As pessoas "vendem-se" demasiadamente barato. Um indivíduo pseudo-bem vestido, que vomita uma série de incongruências, previamente seleccionadas para embaraçarem os outros, cala uma multidão que minutos antes na rua tinha jurado que o esfolava vivo; ao qual eu respondia que era preciso dialogar com a pessoa certa e do modo correcto...
Cinco, cinco minutos bastaram para que aquele energúmeno, que desde já declaro como sendo um óptimo cão de fila, tenha conseguido que trinta e duas pessoas ficassem a olhar para mim, com ar raivoso, por eu estar a confrontar, com convicção, o indivíduo com as suas incoerências assumindo uma posição de intransigência com relação às suas pretensões.

"...Então! Se o Sr. Dr. diz! Vamos arriscar!..."

"Escutem lá uma coisa meus amigos! O coiro que eu estou aqui a defender, nem sequer é o meu!..."

Entre amigos, eu costumo dizer:
"Se tiver de ser, desde que me digam, até me podem vir ao cu! Mas quem escolhe a vaselina sou eu!..."

Sim! Estou ligeiramente azedo...

© Mário Rodrigues - 2010

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A propósito da ablação...



A propósito da ablação e das variadas mutilações genitais infligidas nas mulheres e crianças do sexo feminino por esse mundo... Pergunto-me; quando ouvirei que os homens por detrás dessas tradições são alvo de "carinhos" equivalentes e de iguais propósitos...

Submeter uma criança com menos de um ano a "ablação faraónica", com o pretexto de que se o não fizer ela não pára de chorar com comichão... É... uma estupidez de uma dimensão, ela sim, faraónica!

Há vidas mais "caras"! São é muito estúpidas...


© Mário Rodrigues - 2010

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Tu foste...


Tu foste a merda da esterqueira da minha vida
Tu foste a pessoa que eu gostava nunca ter conhecido
Tu foste o ser asqueroso que me enoja
Tu foste um bajulador repugnante
Tu foste o azar da minha sorte
Tu foste quem jamais quero voltar a ver
Tu foste o tempo que perdi
Tu foste o ser que julga que o universo conspira contra si
Tu foste uma coisa que me fez muito mal...ou não...
Tu foste o chato alojado na pele do testículo do cão que era amigo do cão que conhecia o meu gato
Tu foste o estilhaço de esperma que apodrece no cortinado do quarto depois de saltarem as últimas gotículas provenientes do vigoroso sacudir do pénis
Tu foste uma coisa sem denominação que eu não consigo esquecer só porque me deste muitos problemas...mas com os quais aprendi a ser um homem melhor...

Por isso, meu monte de merda, asqueroso, repugnante e nojento, obrigado...


© Mário Rodrigues - 2010

Vem comer terra, que isso ajuda...


Vem comer terra, que isso ajuda
Vem-te arrastar, que isso arranha
Vem sangrar, que isso purga
Vem-te cortar, que ninguém estranha
Vem chorar, que isso traz uma ruga
Vem copular, que isso emprenha
Vem-te ferir, que isso castiga
Vem obedecer como uma formiga
Vem-te revoltar que isso rasga
Vem gritar que isso abre
Vem-te rir, que isso afronta
Vem-te gabar, que isso é mentira
Vem-te entregar, que isso conta
Vem comer, que isso alimenta
Vem alimentar, que isso mata
Vem admirar, que isso subjuga-te
Vem aprender, que isso inferniza-te
Vem esquecer, que isso anula-te
Vem ser grande, que isso escraviza-te
Vem ser pequeno, que isso mutila-te

Vem comer terra, que isso ajuda...


© Mário Rodrigues - 2010

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Hipócritas...

Abrem os jornais da manhã:
"Chacina em base norte-americana no Texas... Não se sabe o que terá acontecido..."

Hipócritas...

Um homem, militarmente, major; vocacionalmente, psiquiatra; familiarmente, marido e pai; biologicamente, "antropóide sapiens mais"; socialmente, local de despejo de dramas e local de colheita de esperanças e felicidades...

Trinta e nove anos, mata doze colegas e fere trinta e um, só porque os não conseguiu matar. Foi abatido. Não mortalmente. Ponto comum a ele e a todos os colegas que ele atingiu: de partida, novamente, para o Iraque...

Este não é dos que se mataria no final da chacina!

Uma base militar, onde permanecem em constante exercício e alerta 50.000 homens, armados até aos dentes deles e dos avós deles, envoltos em drama, honra, vida, droga, manipulação, loucura; é uma verdadeira bomba atómica.

A exposição à guerra e aos seus efeitos, é derradeira na vida de um homem.

Há muitos modos de morrer, e alguns daqueles homens, que já era a enésima vez que iam para o campo de guerra, e cujos olhos e cérebros lampejam horrores impensáveis, que ficaram gratos ao major médico, que num acto de perfeita eutanásia, os brindou com o fim do sofrimento, tal qual cadáveres sem vida própria digna.

Matar-se no fim? Não! Um homem assim, não se mata no fim... Um homem assim, tem muito claro na sua mente que tem de libertar os seus companheiros. Um homem assim, já escutou, lidou e teve de compreender, as maiores barbaridades que chegam a ser difíceis de imaginar, e quer cá ficar para gritar porque razão o fez.

Quanto? Não! Muito mais! Muitos anos, e centenas de centenas de histórias e de sofrimentos e de esventramentos da alma e arrancamentos de corações, sendo obrigado a permanecer vivo e a corresponder com o que se espera dele.

O contacto permanente com o sofrimento alheio, é corrosivamente destruidor. A guerra tem consequências incalculáveis.

Este homem, socialmente pode ser um criminoso, mas este homem é um fruto da guerra com o discernimento esmagado pelo sofrimento atroz...

© Mário Rodrigues - 2009

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Levi’s e D&G a 500mg...

“...contrafacção de comprimidos?”, “Sim. Não sabias?”, “Então mas isso é como as calças e os perfumes, queres ver!?”, “Pior!”, “Pior porquê?”, “Porque mata pessoal e as calças e os perfumes não!”, “Estás parvo! Explica lá essa!”, “Queres mesmo?”, “ Deixa-te de cenas...”, “Ok! Está bem.”

“Então imagina o seguinte: “, “O quê?”, “Eu tenho um grande laboratório de medicamentos, pago uma fortuna a uns tantos cientistas que trabalham num laboratório que eu paguei, e que me custou outra fortuna. No entanto não estou muito chateado, porque logo que os meus cientistas desenvolvam uma determinada droga, eu vou regista-la e ao abrigo da legislação internacional, vou explora-la em exclusividade durante oito anos. Eu como tenho de recuperar o meu investimento, marco esse produto e vendo-o no mercado com uma margem de 1800%, durante o período em que só eu o tenho. Certo?”, “Épa... Certo...”, “Ok. Continuando. Durante esses oito anos como tenho de demonstrar que a minha droga, é excelente, procedo à sua produção, exclusivamente na minha fábrica, com os meus melhores técnicos e com matéria-prima de qualidade e síntese de primeiríssima qualidade, vigiada e controlada constantemente.”, “Porreiro, ainda bem! Assim é que deve ser, não é?”, “Sim, claro. Deveria ser sempre assim!”, “Deveria?”, “Sim. Deveria. Mas não é! Durante esses anos, as matérias-primas mal sintetizadas, deterioradas, estragadas nos transportes, rejeitadas nos controlos de qualidade, etc, etc...”, “Foram destruídas, claro!”, “Não, Nem por isso! Foram armazenadas na Índia e arredores, nuns armazéns de umas indústrias que foram desmanteladas e que parecem estar abandonadas...”, “Para quê?”, “ Espera, uma coisa de cada vez! No final dos oito anos de exploração exclusiva, as coisas mudam de figura! A fórmula descoberta pelos meus cientistas, passa por força da legislação internacional, para o domínio público, devido ao seu interesse para a sociedade. Aí, desço o preço do meu original para um terço, lanço através dos média em que sou accionista, algum descrédito controlado sobre a passagem da droga para o mercado de outros laboratórios e descredibilizo completamente o mercado dos genéricos, apelidando-os de contrafeitos ou de proveniência duvidosa”, “Pois, mas se eles não fazem as coisas bem?”, “Eles quem?”, “Esses gajos dos genéricos!”, “Espera, deixa-me explicar-te. Em primeiro lugar existem laboratórios de genéricos que laboram em perfeitas condições, tão ou melhores que os de marca. Depois esses outros gajos, são micro “laboratórios” artesanais de vão de escada que existem milhares na Índia, China, Koreia, Países Médio Oriente, Bangladexe e outros, mantidos graças a fundos meus e de amigos meus, tais como outros accionistas de outros laboratórios, rapazes porreiros do tráfico, e industria encoberta do mercado “extasi”. Quando um produto passa para o mercado livre, todos o querem ter mais barato. Assim são feitos concursos/leilão, em círculo altamente secreto para encontrar/adjudicar a produção de uma droga X, a um desses “laboratórios”, sem controlo, de qualquer tipo, com mão-de-obra escrava, por vezes a troco de uma “dose” para o dia, e em que política ambiental e outras, são megalomanias ocidentais. Depois agarra-se a matéria-prima que esteve armazenada e anteriormente rejeitada, mistura-se com substâncias compatíveis e de baixíssimo valor comercial, cujo melhor é o amido de trigo e arroz, mas que também passa por sal-gema, cal, gesso, talco e outras...Faço os comprimidos, dos formatos e cores que me forem encomendados, depois são vendidos a granel às toneladas em leilões cujos licitadores são a industria de blisterização e embalagem e mais tarde introduzem em lotes mistos esse produto no mercado.”, “Mas isso é de loucos!...”, “Achas?”, “Agora imagina que durante uma investigação, os meus cientistas descobriram, por “acaso”, um antigénio que poderia vir a dar uma droga de imunização profiláctica (vacina), porreira para uma pandemia...”, “Sim...E o que é que isso ia dar?”, “Uma extraordinária possibilidade de ganhar dinheiro! Tendo o antigénio, é muito fácil sintetizar um agente infeccioso, depois... Está visto meu amigo, produz-se e distribuí-se no target desejado. Mistura-se nos comprimidos maravilha que estávamos a produzir, ou nas pastilhas, ou na coca que segue para a distribuição, ou no leite em pó dos putos, ou então; também podemos por na ração de uns porquitos num país cujo controlo sanitário seja, digamos... Ligeiro ou ainda nos coktails de hormonas com espermatozóides de inseminação artificial dos frangos, vacas e porcas, etc...e esperar algum tempo...é a gestação...Quando aparecerem os primeiros infectados, voila, eu sou um gajo que não só tenho a cura como a vacina e que ainda ofereço a determinados países os medicamentos para salvar milhões de pessoas que infectei, o país dá-me contrapartidas várias, como axilos e identidades renovadas, proporcionando-me a possibilidade de com a cura, estar a espalhar o meu próximo grande negócio...”.

 

“Épa, mas isso é uma loucura! Tu estás doido?”

“Sim, estou! Ainda ontem teimei durante meia hora que era o Marquês de Pombal... “

 

© Mário Rodrigues - 2009

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

domingo, 30 de agosto de 2009

...os últimos anos da vida de um homem...

Nestes dias, por aqui, muito se tem falado de um assunto muito importante e sério. Quase que é difícil aborda-lo dada a sua complexidade e multiplicidade de vertentes e realidades.
A velhice, ou antes os últimos anos da vida de um homem, e claro está, falo obviamente e igualmente dos últimos anos da vida de uma mulher.
Em primeiro lugar vou tentar identificar os diversos intervenientes e interessados neste processo e nesta realidade, sendo que posteriormente tentarei reflectir um pouco, sobre cada um deles.
Bem, para já lembro-me de:

• O indivíduo (que não tem de ser obrigatoriamente velho)
• O filho(a), ou o que resta dele
• A família, ou o que resta dela, ou outra coisa ainda que não se sabe exactamente que é
• Os centros de saúde e hospitais na qualidade de prestadores de cuidados de saúde
• As igrejas e as religiões
• Os “lares”
• O estado e os governantes
...De momento não me lembro de mais nenhum...

Pois bem, então vamos lá.

O indivíduo... O indivíduo tem, antes de mais, de querer e se deixar tratar e cuidar, conheço vários casos em que a prepotência e de falta de humildade, inviabilizam qualquer possibilidade de ajuda. O indivíduo, apesar de se esquecerem disso é uma pessoa, como tal, pensa, vive na verdadeira acepção da palavra, com todas as componentes dessa vida, gostos, direitos, opiniões, deveres, personalidade, sexo e repito sexo, história, passado, presente e também, sim, também tem futuro… A ideia de criar uma sociedade paralela, tipo prateleira, para o pessoal velho e outros, foi a pior dos últimos milénios! Permitir que isso renda bastante dinheiro a terceiros, é a garantia para a permanência e disseminação da coisa. A idade não pode ser causa de descriminação, mas antes de inclusão e ainda mais ampla... O indivíduo, tão-somente, deseja e tem o direito de ser amado e respeitado, até depois de ter morrido. No entanto devemos envolver os nossos filhos na nossa vida e na dos nossos pais, de modo a que façamos parte do seu projecto de vida, com a dedicação e respeito que temos para com eles. Educar e criar um filho é muito mais que garantir através de muito trabalho, dedicação e ausência, que nada, mas mesmo nada lhe falta, em nenhum âmbito. Menos PSP e mais salto à corda, menos inglês e mais horta, menos vergonha e mais conversas teenager, descer do altar e saber como andam as namoradas e os dramas da menina gorda que antes de cisne é patinho feio...
Com a impressão de ainda muito haver para dizer, avanço para o filho, ou o que resta dele... Se relativizarmos o termo filho, ao fenómeno de uma vida na sequência da união anterior de duas; não teremos muito a dizer...manutenção da espécie e ponto. No entanto, não me parece que essa definição nos baste. Nós, como os nossos filhos e como os nossos pais, somos o resultado, um somatório, de consequências das vivências e das realidades a que fomos submetidos, e devemos ter isso sempre presente, em relação a nós e aos outros. Todos nós temos os nossos dramas, e eles têm de ser respeitados pelos outros. Muitas vezes esse resultado vem a mostrar-se, desolador, revoltante, injustificado, inesperado mesmo, ou pelo contrário mas também; mas sê-lo-á?! A colheita das tempestades na volta da sementeira dos ventos, poderá deixar algum sabor menos agradável na boca... Não me atrevo a atribuir culpas absolutas aos filhos e ou outros por detrás, e também por dentro destas realidades. Têm-nas, sem dúvida, mas repartidas. Os filhos dos filhos, os cônjuges dos filhos, as prioridades dos filhos, os problemas dos filhos, as vidas dos filhos, as futilidades ou não dos filhos, o apelo comercial de um mercado muito rentável, o tapar o sol com a peneira e deixar para depois essas coisas, sem a consciência de que, a menos que morramos novos, chegaremos a velhos, um sistema de saúde mal organizado, uma sociedade que ao mesmo tempo que pretende ser de excelência, o é de mediocridade e de abandono após a exuberância da floração da vida, são também cicatrizes e as mãos que vão moldando os caracteres e as vidas...
Com a mesma sensação do ponto anterior, avanço na direcção da família.
Bem, essa é uma instituição em franca decadência! A família é para a sociedade e para a civilização, o que a célula é para a vida; a sua unidade por excelência, e que em tudo a contém!
Muito há para falar e reflectir sobre a família. Considerando o eventual início da família no momento da decisão de viver uma vida a dois, surge todo um universo de realidades a explorar e reflectir. Antes de mais, e correndo o eventual risco de julgamentos por parte de terceiros, tentarei reflectir sobre uma família convencional, cuja união pressupõe uma mulher e um homem, mesmo porque não concebo outro formato. Para começar, (e como já escrevi há dias em “amores descartáveis”), as relações têm tomado nas últimas décadas, um carácter provisório e de fim quase á vista, uma relação em que, desde o primeiro dia se considera a possibilidade de se descartar logo que deixa de ser uma louca paixão... Poderá parecer uma opinião redutora e retrograda e sinónimo de insensibilidade, mas á precisamente o contrario. Ninguém pode viver a ponderar a morte, não se pode amar tendo em conta a traição, é impossível a entrega total quando se não é proprietário. As relações conjugais carecem de capacidade de ambos os elementos, para evoluir juntos, para se respeitarem nas diferenças, para chorarem muito e rirem bastante mas juntos, para reconhecerem não ofuscados as virtudes e os defeitos um do outro, para se separarem e descolarem definitivamente dos aconchegos dos ninhos parentais, para dialogar em vez de calar, e digo dialogar, não gritar, para não deixar assuntos a meio, com pontas pendentes, para ser e responder pela verdade e pela sinceridade, para tantas outras coisas que infelizmente, cada vez vou vendo menos nos casais de hoje. Ambos têm a obrigação total e imponderável de tornarem as suas casas no seu lar; a nossa casa só pode ser o nosso porto de abrigo, o cais onde atracamos depois de enfrentarmos as tempestades dos oceanos profundos das nossas vidas, o local para onde corremos quando queremos rir, mas também quando queremos chorar, um local onde não há cedências mas sim espaço para ambos, onde acima de tudo haja muita, mas mesmo muita vontade de ser feliz, e de lutar e sofrer por essa felicidade. Vejo muitos sofrimentos neste mundo por causas tão relativas, será que a nossa família e a nossa felicidade os também não merecem? São muitos os sofrimentos de homens e mulheres, não só para subirem Everestes e Kilimanjaros, para correrem dezenas e centenas de quilómetros por uma medalha, mas também para chegarem a horas aos empregos, diariamente, de quem dependem, para serem profissionais e bons no que fazem, enquanto se preocupam com a renda da casa, com o imposto para pagar, com a doença do filho e também do pai, para terem alegria e frescura para receberem o cônjuge no regresso ao lar, para terem braços e coração para apoiarem e chorarem com o outro nas dificuldades... Tenho visto atletas, de uma grandeza e de uma competitividade imensa; gente que ama a vida e quer fazer dela, única e grande! Esta gente, estes pares, são ninhos de veludo para acolherem novas vidas. Pois sim, neste ambiente, um filho desejado e planeado, rebenta como uma semente bruta em solo fértil, sem medos, sem receios, sem dúvidas porque acima de tudo vêem uma campânula aberta, como se de um estádio se tratasse, que os braços e os cuidados dos pais constituem, e lutam para manter e renovar todos os dias e a todas as horas. Fácil? Nada disso! É mesmo muito difícil! Mas é muito bom, mesmo muito bom!
Um crescimento e educação que contemple o convívio diário e em ambiente familiar das nossas crianças com as realidades e do envelhecimento, parece-me imprescindível para que as coisas mudem de trajectória. As circunstâncias, e não só, porque até as habitações conspiram contra a família, têm feito com que os velhos das famílias se tornem em restos de uma civilização que tudo consome. As nossas crianças, cada vez menos, têm a noção de velhice, não sabem como as pessoas envelhecem, das peripécias e das realidades que envolvem a velhice. Um avô a envelhecer na nossa casa, no seio da nossa família, tem vantagens incalculáveis... Os nossos pais, contidos nas nossas vidas, demonstram a continuidade das vidas e das gerações. Conheço crianças que infelizmente não são poucas, que quando questionadas acerca dos seus avós em idades muito avançadas, me dizem “são velhinhos, que têm um cheiro esquisito, e que têm umas conversas que não se percebem”, e que elas vêem uma ou duas vezes por mês, se insistirem com o pai/mãe, “lá numa casa grande onde estão outros velhinhos como eles...” Depois, um dia viram os pais vestidos com roupas escuras e de óculos pretos, com uma cara estranha de aborrecimento. Ficaram em casa de uma vizinha ou de um familiar, ou foram para um dia de actividades culturais muito respeitosas, que as agências funerárias organizam, para ocupar as crianças, durante o período em que se desenrola as cerimónias fúnebres, com o objectivo de não chocar as crianças com a realidade da morte e com a dureza do momento... A cremação apaga definitivamente aquela existência, garantindo que até o trabalho de uma visita aos restos mortais, se torne “higiénica”... dizem... As nossas crianças, são privadas de amar e conviver, com os nossos pais em ambiente familiar, e de se envolverem no envelhecimento e na morte dos nossos pais. Lembro-me perfeitamente de dar comida á minha avó materna, de falar com o meu avô paterno na minha casa (dos meus pais), lembro-me de dar passeios com o meu avô paterno, e de ele me contar historias que mais me pareciam de super-heróis “paleolíticos”, bem como do degradar das suas saúdes e dos dias em que a morte chegou... Na melhor das hipóteses, estamos a criar crianças que ainda que quisessem, não sabem o que fazer com um velho, como se pode e deve lidar com ele e como ira ser a vida com ele por perto... Quanto muito, farão connosco o que viram fazer, quando os nossos pais ficaram com as suas idades avançadas e precisaram dos nossos cuidados... Irão pôr-nos lá nos lares, como se de antecâmaras de morte se tratasse... A velhice e os velhos são vergonhas que embalamos em caixotes e colocamo-los nos fundos das garagens das nossas vidas, esperando que uma qualquer limpeza, os atire definitivamente para o lixo. As nossas famílias nem sempre são os nossos lares, nem dos nossos filhos, muito menos dos nossos pais.
Bem, cá estou eu; hospitais e centros de saúde... Onde me fui meter!!

“Queria de ti um país de bondade e de ternura!
Queria de ti um mar de uma rosa de espuma!...”


De: Mário de Cesaryni de Vasconcelos

Os centros de saúde o os hospitais, deveriam cuidar e tratar quando de tratamento e cuidado é carente, se no hospital no hospital, se em casa em casa. Muito importante a reter a e não esquecer.
Os centros de saúde, nas pessoas dos seus médicos de família, e não vou cair na tentação fácil de dizer mal dos maus, porque esses existem em todo lugar, são locais que têm um papel importante e complexo na vida dos velhos. Ali se procuram, não só as curas dos corpos como as curas das almas, os ouvidos que escutam, as palavras que consolam, etc. Os avanços na área da medicina e da ciência, têm proporcionado o aumento do tempo de vida, mas o sociedade não proporciona a manutenção da qualidade da mesma. Esse aumento não é sinónimo de desejo de viver. A tentativa de corrigir constantemente os valores bioquímicos dos indivíduos, levam a aplicação de terapêuticas pesadíssimas do ponto de vista físico e psíquico, e a um sentimento de culpa profunda por terem prazeres na vida que resta. As listas titânicas de doentes a ver, conjugadas com muitos outros problemas, levam a que a classe dos médicos de família, olhem em vez de verem... Alguma falta de sensibilidade do que é a velhice, retira qualidade de vida aos de idade mais avançada. Posso dar um exemplo e de um local e de um profissional que conheço. Na casa de repouso X, a taxa de mortalidade entre os utentes, (o número de residentes é bastante elevado), rondava as 3 por semana/11 por mês, e numa estimativa que se fez de consumo de drogas antidepressivas, ansiolíticas e soníferas, chegou-se á conclusão que 83% dos utentes, recorriam com regularidade a este tipo de drogas e que 56%, era mesmo consumidor diário. Depois de observar, com alguma preocupação, aquela amostra, o médico responsável decidiu em conjunto com a dietista, fazer alterações de ementas e de alguns hábitos. Os almoços de sábado, passaram a ser churrascos de carne ou peixe, mas nas arcadas, com os grelhadores ali á mão para buscar e comer e com acesso a 1dl de vinho tinto, e o almoço de domingo passou a ser numas semanas cozido á portuguesa e em outras transmontanas ou afim, sendo que depois, as visitas semanais eram feitas no pátio e nas arcadas, integradas na tarde de divertimento que incluía dança, teatro, declamação, etc., os dias deixaram de iguais, houve quebra de rotina, os utentes ajudam a organizar o próximo fim-de-semana, e todas as semanas há o objectivo de chegar fresco como um pêro ao próximo fim-de-semana. A taxa de mortalidade, diminuiu nos primeiros 3 meses para 1,8 por semana/7 por mês e ao fim de um ano para 1,1 por semana/4,5 por mês, e ainda, o consumo das drogas acima referidas passou para 58% de consumo com alguma regularidade e 18% os que consomem diariamente. Eu, talvez prefira viver 80 anos felizes, em vez de 82 angustiados, ou 90 a desejar morrer. Nós, quando tivermos idades bastante avançadas, teremos outras prioridades, que estão bastante longe das de hoje. Devemos nos esforçar para compreende-las assim como fazemos com as nossas crianças, se é que fazemos... Assim, não aumentamos as vidas mas sim os sofrimentos e as angustias. Nos hospitais, para além dos problemas que em parte, apesar de o carácter ser diferente, são idênticos aos dos centros de saúde, acrescem outros. As taxas de ocupação das enfermarias, atiram para a rua, pessoas que ainda se encontram muito instáveis, por vezes, felizmente a maioria, o regresso a casa e ao meio acabam por proporcionar a estabilidade, no entanto o número dos outros também não é pequeno... Para juntar a isso temos o fenómeno que consiste no facto de existirem pessoas que têm alta hospitalar à meses e até á anos, mas que ninguém as vai buscar ou visitar, e mais, todos os anos nas vésperas das festas anuais como as passagens de ano, pascoa, carnaval e mesmo natal, são internadas, ou melhor dizendo, abandonadas dezenas de pessoas nos bancos de urgência dos hospitais, ou com queixas altamente empolgadas, ou com situações de desespero psíquico, que são recolhidas, quando terminadas estão as festas. É prático, é fácil e é vergonhoso. Mesmo porque cada vez que se entra num hospital, as probabilidades de adoecermos aumentam a cada minuto que lá permanecemos, o que naquelas idades, é muito perigoso.

As igrejas e ou religiões, desempenham papeis em duas vertentes fundamentalmente; criadoras e disseminadoras de lares e afins e enquanto instituições religiosas e ideológicas, que é a vertente sobre a qual irei reflectir agora. Independentemente das fés que aclamam, das legitimidades e dos fundadores e até mesmo dos fins, têm um papel muito importante do ponto de vista social. De algum modo, estas instituições podem dar e transmitir, ou pela mensagem ou pelo apoio a causas, sensações de compreensão, bem-estar, objectivos e esperanças; transmitem razões para continuar a querer viver e lutar por isso. Envolvem as pessoas em projectos de caris voluntario ou não, mas que fazem as pessoas sentirem que têm um papel a desempenhar e que fazem falta na sociedade e á sociedade. Só neste sentido, estas instituições evitam que milhares de pessoas se afundem nas toxicodependências legais em que se tornaram os medicamentos, e que entopem os serviços de psiquiatria e psicologia dos hospitais, bem como os médicos de família nos centros de saúde.

Lares, casas de repouso e afins, e centros de dia. Antes de mais, quero separar os centros de dia das restantes valências. Penso que, os centros de dia, desde que projectados e mantidos com os devidos cuidados, podem ter um bom papel na sociedade, como têm o jardim-escola e o ATL (actividades em tempos livres), para as nossas crianças; principalmente se são necessários cuidados e vigilância suplementares devido ao deteriorar do estado de saúde. No entanto, e tal como nos J.I. e nos ATL, o problema é quando esgotamos completamente os horários; se abre às 7.00h, é às 7.00h que entra, se é às 20.00h que fecha é a essa hora que sai, ainda que os pais ou os filhos estejam em casa e até pudessem estar com eles. Quando fazemos isso com um filho, ele fará isso connosco no centro de dia. Mais uma vez, este problema não pode ser visto pelo lado das obrigações mas antes pelos princípios de respeito e do desejo de reunir a família logo que possível. Assim entendo que os outros locais de internamento, apesar de se chamarem muitas outras coisas, são e estão por princípio mal. Acho principalmente que são uma sociedade paralela com realidades á parte e que desconhecemos, não as querendo conhecer. Ouço por vezes idosos a dizerem que “logo que chegue a minha altura, vou para lá espontaneamente, porque é o melhor para mim e para o meu filho”; bem sei que na maioria dos casos mentem, e mentem por razões óbvias. Antes irem que serem levados, ou seja, porventura será o seu último acto de liberdade (como se ela existisse), ou até talvez uma questão de dignidade própria… pelo menos não terão de, envergonhados e tristes, admitirem para consigo e para com os outros que “tenho uns filhos de merda que me enfiaram num asilo”. “Fui eu que escolhi, e vim!”. Quando a mim, acho que esse á só o principio do fim. Quando era pequeno, recordo-me de, muitas vezes e em muitas ocasiões, ouvir uma história que me diziam ser verdadeira, em que se relatava que um dia, estando um homem já muito velho, e de acordo com a tradição, o seu filho acompanho-o ao cume da montanha onde era costume os velhos serem deixados nos fins das suas vidas. O velho trazia com ele um pão, um pote de mel e uma manta. Ao despedirem-se o velho agarrou na manta e rasgou-a ao meio, dando uma metade ao filho dizendo, “toma e leva para que tenhas com que te tapares um dia quando vieres para este mesmo local”, trazido pelo seu filho, neto do velho… A tradição terminou nesse dia, e o velho envelheceu no aconchego do lar, junto dos netos que o viram morrer…

Os lares podem ter vários nomes; casas de repouso, hotéis sénior, resort do descanso, podem cobrar mensalidades que vão dos 500.00€ aos 4.500.00€, (sim não me enganei no número), podem ter massagens, biblioteca, jardim, golfe, restaurante e médico ou tão simplesmente uma tábua para morrer, mas são e serão sempre o cume da montanha de um velho; e eu não gostaria de para lá ir. A alta rentabilidade do negócio tornou-o apetecível e os locais nascem como cogumelos sobre a matéria orgânica morta, que é a família. Conheço-os muitos e de muitos géneros, bons, maus, limpos, sujos, cuidados e descuidados, apetecíveis e nojentos, mas deveriam ser sempre de ultimo recurso, e só para órfãos de família, gratuitos (suportados pela sociedade e pelo estado que somos nós). Repito os “lares” não são nenhuns lares e por principio, estão mal e a sua utilização actual está errada.

Agora, o que me falta? Deixa-me cá ver! Há, governantes!... Os velhos em particular, não são vistos de modo especial, nem diferente do resto dos portugueses; rentabilidade!
Enquanto criança, acelera-se o crescimento para rapidamente se transformarem em contribuintes, enquanto contribuintes, exploram-se até aos últimos suspiros, enquanto velhos, quanto mais degradada for a vida, mais rapidamente desaparecem, aliviando as seguranças sociais e os ministérios das saúdes e afins com os seus consumos sem qualquer rentabilidade… Sinceramente, acho que nessa matéria, possivelmente não iremos melhorar muito, mesmo porque os governantes já de hoje e os de amanhã, nasceram e cresceram em uma sociedade paralela onde não existia velhos; pelo daqueles que cuidamos em casa, simplesmente porque são nossos pais, gostamos deles e são os nossos pais e avós, são os patriarcas e as matriarcas dos nossos clãs… Tenho a ideia que a principal causa das politicas sociais estarem mal é o facto de se não saber exactamente o que constitui e como se constitui a sociedade…

Realmente, constato que a sociedade tem muito para aprender acerca deste assunto. No tempo dos nossos pais, os filhos, eram encarados como mão-de-obra barata, necessária para a agricultura e não só, com poucos cuidados e preocupações, tinha-se grandes quantidades de filhos, sem que eles e as suas educações fossem causa de grandes preocupações. As crianças nas últimas décadas, tornaram-se muito importantes nas vidas dos pais desta sociedade, assumindo um papel central, mas não muito… Os pais até os querem seguir mesmo depois de formarem as suas pequenas famílias. Nem os pais nem os filhos, estão muito interessados em reflectir no facto de ambos sofrerem mudanças físicas e psíquicas naturais e progressivas, decorrentes da existência e que não pedem licença para chegarem e se instalarem. Assim, o ambiente é geralmente de incompreensão, de increspamento e de intransigência. As vidas modernas e os seus problemas crescentes, vão fazendo com que os filhos também deixem de fazer parte das vidas dos pais, aliás conheço casas onde habitam os pais e os filhos, mas em que ninguém faz parte da vida de ninguém, limitando-se a partilhar espaços e a cruzarem-se, não se conhecendo, não se ajudando, não partilhando, não rindo e não sofrendo juntos… Os pais não têm tempo para os filhos, o pai não tem tempo para a mãe nem vice-versa, os filhos não têm tempo para os pais nem para os avós, os filhos não têm tampo para os velhos e estes por sua vez têm tempo, mas não têm ninguém. As crianças têm de ser envolvidas em todo o processo de evolução e desenvolvimento de todas as fases da vida e da família. As famílias têm de ter um lar. As famílias têm de ser uma célula forte e coesa, onde exista amor, respeito mútuo entre os elementos, entrega, muito bom senso e compreensão. O elementos mais velhos da família devem ser encarados como os patriarcas e matriarcas dos nossos “clãs” e em redor dos quais as famílias se devem reunir, na sua diversidade de pequenas células familiares que entretanto se foram formando. Os patriarcas e matriarcas, devem marcar as suas posições de tal, demonstrando e relembrando que o são e não se divorciando desses seus direitos que ao mesmo tempo são deveres. As crianças devem ter conhecimentos empíricos, sobre a velhice, o que é envelhecer e a morte natural pela soma dos anos de vida. As famílias têm de lutar por serem felizes juntas; se não temos tudo o que amamos, amemos tudo o que temos… Os actuais contornos do envelhecimento são muito preocupantes, mas podemos alterá-los, e sermos muito felizes com as alterações. Todos temos um papel muito importante neste processo, de que não podemos prescindir. Gostaria muito de ver os velhos respeitados, porque uma sociedade que não respeita e acaricia as suas crianças e os seus velhos (nas suas qualidades de, futuro e de sabedoria respectivamente), não tem futuro e perde o seu passado, logo se descaracteriza e perde razão para existir. Em culturas supostamente mais evoluídas, estes processos levaram ao auto extermínio e ao desaparecimento.

Será o futuro da nossa?

Seremos nós simples organismos multicelulares, cuja função única e primordial é a manutenção dos genes…

© Mário Rodrigues - 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Farto de...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Conspiração de morte...

Os maus tratos aos velhos, aos novos, aos assim e assim, as antecâmaras da morte que são muitos lares, hospitais e outros que tais, a contrafacção dos medicamentos, o modo como e estado parasita, os que ainda trabalham, etc, não passam de elementos de uma conspiração para enfraquecer uma nação, para que cega, eleja um qualquer ditador que se mostrará como sendo a nossa salvação, mas… Psicopata? Talvez seja um pouco! Falarei mais sobre isto um dia destes…

terça-feira, 30 de junho de 2009

Não, não é nenhuma novidade...

Não, não é nenhuma novidade, infelizmente. Há já muito tempo que clamo e grito até a minha voz se sumir. A promiscuidade entre o poder político, o poder judicial e a banca é vergonhosa, escabrosa, corrupta, injustíssima e atenta aos mais básicos dos direitos humanos do povo. O “putedo” em redor das trocas de poleiros, proporciona a possibilidade do, “hoje eu abro-te esta porta, que está fechada para todos mas como eu tenho as chaves… se amanhã tu me garantires…” È gritante o modo como a banca deste país, verdadeiros agiotas, seres repugnantes, “medrosos” que sem escrúpulos nenhuns, afrontam quem roubam, com lucros vergonhosos, tendo em conta de não passam de carcaças que tiraram das bocas dos nossos filhos, das casas que pagamos 3 vezes, do nosso nome e honestidade que será sempre muito maior que a deles, e que eles protegidos pelos amigos governantes e com a conivência dos compadres judiciais, enxovalham nas lamas publicas de listas que são acima de tudo o retrato da sua própria incompetência e ávida ganância. Se assim não fosse, em vez de se aproveitarem das fragilidades, sem quaisquer escrúpulos, ajudariam a tomar decisões mais acertadas e responsavelmente, dizerem “não”, sempre que fosse sinónimo de responsabilidade. Mas tudo isto se passa sem problemas, porque quem hoje rouba na administração de um banco, amanhã é ministro de qualquer coisa e depois administrador de uma qualquer EP, para colher umas reformas milionárias, roubadas aos contribuintes, com a garantia que logo depois serão acumuladas com a administração de outro banco ou coisa do género. O país não tem a culpa de rigorosamente nada e recuse-me a emigrar. Mas sinto-me permanentemente roubado, espancado, violado… Por um “chico-espertismo” de alta-roda, que somos obrigados, escravizados, a alimentar. Continuarei a gritar, apesar de poder ser chamado de masoquista…

Planeamento familiar? Onde?

No centro de saúde de Alhandra, existem consultas de planeamento familiar, que na realidade não estão acessíveis aos seus utentes alvo. Assim, existe um pequeno número de consultas disponíveis por mês, que só pode ser marcado nos dias 30 de cada mês às 11.00h da manhã.
1. A população activa e em idade de planeamento familiar, está a trabalhar às 11.00h, a menos que estejam desempregados.
2. Às 11.00h dos dias 30 de cada mês, já não existem consultas disponíveis, visto que os utentes se deslocam para uma fila a partir das 7.00h.
3. A culpa da situação é atribuída, pelo centro de saúde, ao facto das pessoas se deslocarem muito cedo para lá. Discordo pelo simples facto de que, enquanto se disponibilizar 20 consultas para 1000 pessoas, de certo que em breve as pessoas passarão a ir para lá uma semana antes.
4. As mulheres em idade fértil, activa e não só, servidas por este centro de saúde, não têm qualquer possibilidade de fazer consultas de planeamento, bem como os respectivos cuidados de prevenção das neoplasias da mama do colo e outras que deveriam ser vigiadas, sinalizadas e tratadas atempadamente, sendo que se trata de patologias em que a prevenção é igual a manter-se viva.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Medidas muito grandes...

Todos nós conhecemos medidas muito grandes. Os gigas, os teras, os megas, até os anos luz, já faziam parte das nossas vidas. Mesmo contra as nossas vontades, também já conhecíamos o “pagar pela medida grande”. Mas agora uma medida com uma proporção titânica: “O Ronaldo”.
A partir de agora os “Buracos financeiros do estado vão ser contabilizados em “Cristianos Ronaldos" (Jornal Publico de sexta feira 19/06)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Energúmenos irresponsáveis

Profissionais bons e maus existem em todo o lado. No entanto, existe um grande problema com os indivíduos que chegam nas qualidades de um qualquer secretario de qualquer coisa e que como se tivesse a pretensão de vir a ser eterno, decide fazer tábua rasa do bom trabalho que eventualmente estava feito e desrespeitando completamente, não só os utentes, como os bons profissionais que estão atrás dos “balcões”, e que muitas vezes, dizem mal à vida, com tanta palhaçada que os obrigam a representar, frutos de meros exercícios de masturbação psicológica de indivíduos que querem mostrar figura aos ministros que os chefiam para nas próximas, ascenderem a uns invejados lugares, onde vão ter mais poder, que lhes é dado pelo povo, para driblarem e fazerem a distribuição convenientemente, lubrificada de cargos a “energúmenos irresponsáveis”, que vão fazer, passados quatro anos as mesmas asneiras que eles fizeram. Quando eu lamento, revolto e reclamo é contra a falta de visão de futuro dos líderes que elegemos, que pensam o país a 4 anos (ou menos) e não a cinquenta ou cem anos. “Os caminhos estreitos são para mentes curtas”. Precisamos de gente que se preocupe com a vida dos nossos filhos.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Paraíso dos irresponsáveis

Eu só digo que 2 terços do ano, trabalhamos para corrigir as… incorrecções... Estamos no país em que ninguém é responsável por mer... nenhuma, começando pela classe politica que nos sorve o sangue, qual sanguessuga, e nos enterra vivos por que se esqueceu de nos matar mas para resolver multa-nos. Porra...

Um jovem, teve a triste ideia de testar o sistema que suporta a base de dados dos cadernos eleitorais, e o que fez o corajoso ingénuo? Tendo mudado de residência, foi alterar a sua morada e nestas passadas eleições, resolveu fazer o teste, e… pois claro, foi votar nos dois sítios para ver de “dava”. Deu. Não satisfeito e por ter uma vontade enorme, (quanto a mim justificada e subscrita), de gritar que isto é um bando de energúmenos irresponsáveis, foi ao jornal da localidade, (salvo erro, Diário de Leiria), e denunciou a possibilidade que existe de praticar a fraude comprovadamente e exercitada pelo próprio! Resultado, o responsável pela comissão de eleições, desvalorizou dizendo que esse facto não tem valor estatístico, e que se ficou a dever a um erro do malogrado computador, (já era tempo de as pessoas compreenderem que culpar um computador de erros humanos, é sinonimo de um nível de iliteracia estupidificante bastante alto, sendo que ficam mal nessa fotografia), e assim sendo resta processar o dito jovem por crime de fraude contra a democracia de um estado de direito, crime punido com não sei o quê, mas uma coima vem de certeza! Não?

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