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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

E um dia... Um dia veio a testosterona!...


Estava eu com o pupilo de pé à beira do mar a olhar as ondas, lado a lado, numa amena cavaqueira quando...
...
"...pai, isto este ano está demais!"
"Pois está! O mar está muito mais parado que os outros anos!"
...
"Não pai!... As mulheres!... Este ano isto está cravado delas e... giras... e... boas...!"
...
"...Ahah!... Epá!... Yap!...; elas já andam aí há muito tempo!... Tu é que só as estás a ver agora!..."
...
"...Ahah!... Epá!... Yap!......"
...


© Mário Rodrigues - 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A Mulher...


"O que seria do mundo sem a mulher. Dai às paixões todo o ardor que puderes, aos prazeres mil vezes intensidade, aos sentidos a máxima energia e convertereis o mundo em paraíso, mas tirai dele a mulher, e o mundo será um ermo melancólico, os deleites serão apenas prelúdio do tédio."


Autor: Alexandre Herculano (1908)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O monarca Acetum está em maus lençóis...


Estava abafado dentro de casa. Não o ar mas...o barómetro!
Demorei algum tempo, bastante, a desalojar-me da poltrona...Não me estava a sentir...desconfortável mas era-me urgente sair dela sob pena de sufocar!

Saí. Caminhei alguns metros e encontrei uma eira de pedras polidas. O vento soprava como sopra nas eiras. Parei ausente de tudo e até mesmo do local. Um gritar de uma urze despertou-me. Olho em frente e vejo um enorme mar!... Mescalina?... Bem sei... Não, não bebi Mescal nem nada...

O mar era profundo. Muito profundo. Mergulhei nele. Não me movimentei nem um milímetro para mergulhar...apenas os olhos fitos me levavam na direcção da incomensurabilidade...

A profundidade era tanta, que as bolhas de ar, devido à força gravitacional do núcleo terrestre já não conseguiam subir. No entanto, a pressão da água, dada a profundidade era tal que as expulsava desesperadamente. Assim, privadas de subir pela gravidade, concentraram-se no fundo do mar. Comprimidas contra o fundo do mar, formavam uma cápsula de ar esmagada contra o solo submarino. A pressão atmosférica no interior dessa cápsula era muito alta, cerca de trezentos kgf/cm².
Os Acetum eram seres em forma de disco plaquetário. Tinham uma estrutura social que incluía um monarca que era o primordial servo da teia social. Observo, curioso, o relacionamento entre os Acetum e o seu meio. Cuidavam-no como se estivessem a cultivar colonias de células vitais...
Apesar e hermafroditas os Acetum, cortejam-se e enamoram-se uns dos outros com muita dedicação e delicadeza. Vivem e conchas de náutilo compartimentadas que albergam dezenas de famílias.
De quando em vez, apareciam Suatrubs, que apesar de assexuados, emanavam intensos odores a feromonas. As conchas dos Suatrubs eram cónicas e eram deixadas ao abandono sempre que mais uma orgia se desenrolava.
Haviam grandes bailes de Acetuns com Suatrubs. Os Acetum eram muito ciumentos e com facilidade despoletavam batalhas de morte. Cada Acetum que sucumbia, renasciam três Suatrubs. A situação há já algum tempo que preocupa o monarca Acetum...

"Então? Que estás aí a fazer?" - Dizia-me alguém com uma voz que me era íntima!

"Acorda! Vamos para casa que está frio... Já é noite... Constipas-te!"

Pestanejei!...

O monarca Acetum está em maus lençóis...


© Mário Rodrigues - 2010

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Também não sei para quê esse espartilho da lógica?!...


"És bom para ir aos figos!... Quando for aos figos levo-te comigo!..."

Esta expressão leva-me a pensar de imediato, que estou a falar de alguém muito alto. Aparentemente, posso ser empurrado de supetão para verdades absolutas em redor de apanhar figos! Isto é muito precipitado da minha parte. Avançar sem uma observação e reflexão do desenrolar do acto, leva-me a tomar conclusões precipitadas!

Teremos de observar toda uma série de factores para que mais fidedigna seja a conclusão. Em primeiro lugar temos de ter a certeza de que se trata de uma figueira. Depois temos de...esperem...o universo de variáveis é muito pouco finito...é quase infinito! Teríamos de reflectir sobre a espécie da figueira, a altura da figueira, a disposição da figueira, o tipo de terreno, etc, etc...

Eu, na qualidade de...
Enfim, vou já decidir uma serie de coisas, mas só para facilitar. Penso que já tomastes consciência, de que se assim não fosse, o resultado poderia ser demasiadamente apurado, sendo que isso tinha como consequência um refinamento na caracterização que só deixaria espaço para uma situação em particular, o que não servia o intuito de abordar a generalidade da situação.

Assim, trata-se de uma figueira de S. João, daquelas que dá uns figos enormes castanhos. O outro indivíduo era alto, mais alto que eu, mas não o suficiente para apanhar os figos com os pés no chão, assim sem mais nada. Parece-me imperioso que a época do ano em que se desenrola a situação seja a época em que a figueira tem figos. Aliás, isso não basta. De toda a época em que a figueira tem figos, só menos de um quinto do tempo é que corresponde ao período em que os mesmos estão maduros, sendo que no restante espaço de tempo, seria pouco...era um bocado parvo, apanhar figos verdes só por causa de uma experiência que ainda por cima, nem sequer se está a desenrolar efectivamente, porque está a ser imaginada!
Ora se se está a imaginar uma coisa, convêm que se imagine uma coisa com algum préstimo!...
Também não sei para quê esse espartilho da lógica?!...
Podíamos partir do pressuposto de que aquela figueira ainda não tinha figos! Podia ter havido uma grande queda de granizo na altura da floração e isso teria destruído todas a possibilidade de nascerem figos!...
Mas penso que nunca vi flores nas figueiras!...
A menos que aquela figueira, não desse figos mas sim...nozes por exemplo que não se estragariam com o granizo!... E nascem de flores... Mas e se o granizo estragasse as flores nas nozes?
Bem, mas isso resolve-se já porque as flores das nozes tinham nascido na primavera e o granizo tinha caído antes. Garantindo assim que as flores intactas persistiriam. Também mando alguma coisa!...
Não! Não pode ser! Porque então não era uma figueira! Ou então seria uma árvore com folhas de figueira e frutos de nogueira, e isso não era muito vulgar!... Só faltava o tronco ser de freixo, para que a casca rugosa permitisse que os esquilos subissem lá acima para comer as nozes... Mas nunca ouvi dizer que, "...és tão alto que te levo às nozes!...". Para além disso se os esquilos as comessem, não faria qualquer sentido ir apanha-las. Muito menos com um amigo alto, porque teríamos de dividir as nozes que seriam muito poucas...e de certeza que ele não ia querer dividir ao meio a colheita visto que tinha sido ele a apanha-las...logo não seria meu amigo!
Mas se ele nem sequer sabia de nada, como é que ia querer das minhas nozes!
Claro que sabia porque eu lhe tinha dito! Ele ia tão calado na vida dele!...
Foi um pouco precipitado da minha parte, ter-lhe dito par ir comigo aos figos, se eu ainda nada sabia acerca da figueira em causa! E da qualidade e quantidade dos seus frutos! E da disposição do terreno, etc, etc...


© Mário Rodrigues - 2010

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