Sem conotações partidárias, sindicais ou quaisquer outras, sem fantoches que se juntam a uma luta pela frente e se lambuzam vergonhosamente nos bastidores, quero, desejo e sem qualquer receio me junto a um brado em uníssono para transmitir que os portugueses em geral e nós os mais jovens não somos parvos. Não somos rascas. Não somos inúteis. Não somos despreocupados nem distraídos. Somos inteligentes, vemos muito bem e há já muito tempo, que somos explorados, roubados e desrespeitados pelos governantes e toda a teia promiscua de interesses especulativos e financeiros que os rodeia, num bolo de vergonhosas dimensões. Está na hora de deixarem de nos afrontar a fome com exibições de lucros milionários às nossas custas. Está na hora de serem honestos e dignos da confiança que lhes foi confiada. Está na hora de deixarem de nos usar a todos como insectos desprezíveis que podem ser esmagados com a ponta de um indicador. Está na hora de dizermos todos que sabemos muito bem o que eles fazem e como fazem, o que usurpam e de que modo, mas que estamos fartos. Que estão a matar a última coisa que deveria morrer no coração de uma mulher e de um homem que é a esperança.
A revolta de um povo prende-se pelo ele possa ter a perder... Os portugueses em geral e os jovens deste país começam a ter muito pouco a perder.
© Mário Rodrigues - 2011
A mobilização faz-se da disponibilidade. Os indisponíveis são mais difíceis de mobilizar. O apelo que aqui deixas é lúcido. Vejo os senhores da terra a encontrar novas formas de indisponibilizar, através de recurso a políticas torpes de continuidade na aposta da precariedade. A lei que se propõem aprovar de que os novos reempregados possam beneficiar de uma quota do fundo social para coadjuvar salários baixos, não passa disso mesmo. Vemos a cada instante o aparecimento de soluções que são mais questionáveis, demagógicas e controversas do que intenções de debelar problemas. A instabilidade que criam deliberadamente em todas as vertentes da vida social têm o único objectivo de dividir para poderem reinar. Enquanto não acertem, a disponibilidade aumenta e a mobilização também. Eles acreditam que os jovens são parvos, é bom que os jovens desconfiem dessa convicção.
ResponderEliminarUm abraço