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sábado, 10 de julho de 2010

Nas viagens desconhecidas...


Nas viagens desconhecidas, pergunto-me como será por lá enquanto estou cá. Ansiaria eu que um abraço apertado me esperasse à chegada. Ir sem saber para onde, tem tanto de tentador como de...fio de lâmina fria em dorso hirto. A possibilidade de me ser permitido arrepender e voltar para trás poder-me-ia acalmar. Todos os dias no cais de um porto de mares conturbados, o ciclo ininterrupto da vida não pára com pessoas a chegar para ficar e outras a partir para não mais voltar. Alguns embarcam mas queriam ficar, outros queriam ir mas cá terão de estar. Alguns acabados de chegar, com medo querem se ir, são recebidos por outros a sorrir. Alguns estão só a observar, outros limitam-se a, no cais em círculos, caminhar. Há mesmo alguns que ninguém os recebe e ficam a chorar. Vejo neste cais a azáfama de chegar e partir como pontas de uma mesma viagem que muitas chegadas tende, como tantas partidas terá. A barcaça que está a chegar é a mesma que vejo já no horizonte de partida. O momento em que a prancha a liga ao cais alia as chegadas às partidas, os risos aos choros e as euforias às despedidas. Eu sou só mais um destes viajantes, sem saber o ponto em que me encontro. Quero ter acabado de chegar estando pronto para a partida...

© Mário Rodrigues - 2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010

- Nada! Não é nada!...


Hoje, pela manhã vejo alguém, a quem com um olhar pergunto:

- Então como estás?

Esse alguém me responde:

- Por aqui vou estando! Acordei antes do toque do relógio. Esperei um pouco e levantei-me, apesar de ainda cedo e de nada ter para fazer... Saí porque...porque se tivesse algo para fazer, sairia àquela hora. Não corro porque não tenho para onde... Simulo algum trabalho e...regresso já depois de serem reduzidas as hipóteses de perguntas. Perguntas que nunca sei responder de outro modo que não seja...um trejeito de boca acompanhado do respectivo encolher de ombros...o que em simultâneo faz com que sinta um moderado enrugamento do estômago acompanhado de pressão sobre o externo...

Com alguma preocupação pergunto:

- Mas então o que tens tu? Que se passa?

Esse alguém me responde:

- Nada! Não é nada!

Insistindo pergunto:

- Nada? Mas que tens? Que se passa?

Esse alguém me responde:

- Tenho quase tudo o que preciso! Incluindo coisas que não preciso! Há coisas que ainda não tenho, mas tenho tempo, para as ter! Há coisas que sempre ansiei, mas temo que já mais algum dia as tenha! Mas...acima de tudo lamento! Lamento muito as durezas dos corações! Corações que outrora moldados por mãos frias em pedra dura, amputados de quente ternura, não saibam pedir perdão! Que tantas vezes, nem tal careciam! Houvesse simplesmente um pegar de mão na mão... Mas ternura sei eu que têm! Apenas penas tenho, que tal amor e doçura, de paredes grossas seja refém! O que custa a muita gente, não é verdadeiramente o gesto de estender a mão! Fosse ele certamente, para em vez de pedir...conceder o perdão...


© Mário Rodrigues - 2010

sexta-feira, 12 de março de 2010

Arriscamentos...

Hoje dei inicio a um ciclo de almoços...extraordinários!

Requisitos:

-Três intervenientes no mínimo.
-"Open mind" suficiente para, sem rodeios, apontar e confrontar os outros com os defeitos que lhes achamos, justificando.
-Humildade suficiente para identificar as virtudes dos outros, os dos defeitos...
-Capacidade total de completo e repito, completo, alheamento de pré conceitos. O que é difícil mas possível...
-Discernimento para fundamentar as nossas convicções e o que os outros acham de defeito em nós.

Resultados a curto prazo:
-As amizades não ficam iguais. Ou não o eram e morrem naquele momento, ou saem com uma força cúmplice...de dimensão admirável...

Experimentem...
Recomendo...
Mas...Preparem-se...

© Mário Rodrigues - 2010

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Tango...

Urgente!...

Corram todos venham ver!
Vejam como eles rodopiam, como eles formam um turbilhão de movimento...
Vejam os seus pés...
Vejam os seus corpos...
Vejam as suas cores...
Movem-se em impulsos. Vibram. Parecem raios de luz negra...
Rodopiam e regressam ao mesmo ritmo.
É fascinante...
Num arrojo de suavidade, deslizam graciosamente e chicoteiam as veredas com os tacões e com a alma.
Voltam e bamboleiam-se, desengonçados em movimentos compassados e frenéticos... As árvores arqueiam-se numa vénia de espanto.
As crianças não resistem, rasgam amarras, libertam-se de mãos opressoras e irrompem dos seus pátios de mãos dadas, rodopiam em correrias numa roda em volta...
Urgente! Urgente! Corram todos, venham ver gente feliz...

© Mário Rodrigues - 2009

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