Entre nós e as palavras há metal fundente entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirardo mais fundo de nós o mais útil segredo entre nós e as palavras há perfis ardentes espaços cheios de gente de costas altas flores venenosas portas por abrir e escadas e ponteiros e crianças sentadas à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos há palavras de vida há palavras de morte há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar há palavras acesas como barcos e há palavras homens, palavras que guardam o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente, as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras noturnas palavras gemidos palavras que nos sobem ilegíveis à boca palavras diamantes palavras nunca escritas palavras impossíveis de escrever por não termos conosco cordas de violinos nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar e os braços dos amantes escrevem muito alto muito além do azul onde oxidados morrem palavras maternais só sombra só soluço só espasmo só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
Autor: Mário Cesariny
domingo, 19 de julho de 2009
sábado, 4 de julho de 2009
A Dama desceu ao bloco...
Sinto-me... Não vale a pena. Tudo corria na aparente normalidade rotineira, bom clima, bom texto, escrita porreira, “Supertramp”…… 45 minutos. Paragem. Rea.30 minutos. Paragem. Rea, e,e,e…….Instala-se o caos sincronizado e normal para o caso, pressente-se a presença da… dama de negro flutuando… os movimentos tornam-se perpétuos, e estranhamente retardados. Sem qualquer pudor arranca-nos das mãos o seu tributo…nunca hei-de estar preparado para a; “desvida”…hoje não me apetece chamar-lhe outra coisa…depois; a cruel trova do…”hora do óbito, 21 horas e cinco minutos do dia………..” Merda. Não sei se vou para casa…outra vez. Estes anos de contacto com sofrimento rebentam-me...
© Mário Rodrigues - 2009
© Mário Rodrigues - 2009
sexta-feira, 3 de julho de 2009
A excitação de uma noite voraz…
A insónia é fodida. A insónia é como uma lanterna que revela merdas que estão escondidas atrás das paredes, dentro de armários, soterradas debaixo de montanhas. A insónia, tenho a certeza que não é uma criação de Deus… A insónia não é nossa amiga. O que não acontece com a excitação de uma noite voraz…
© Mário Rodrigues - 2009
© Mário Rodrigues - 2009
Etiquetas:
Anjos e nem por isso,
Cartas aos amigos
20 anos de casamento podem ser muito bons...
Naquela manhã, ela decidiu, não prender o cabelo. Naquela manhã, ele repousou demoradamente um olhar terno, sobre ela. Naquela manhã, ela ouvia “Osvaldo Requena”. Naquela manhã, ele sorria uma melodia. Naquela manhã, ela vestia rosa romã. Naquela manhã, ele disse-lhe baixinho:
-Cheiras a rosas!
Naquela manhã, ela ouviu o "chilrear" das águas do ribeiro. Naquela manhã, ele abandonou-se e leu-lhe os movimentos… Naquela manhã, ela desejou-o como nunca… Naquela manhã, ela pareceu-lhe decidida e apaixonada pelo facto de ser mulher. Naquela manhã, ela sentiu-se olhada… Naquela manhã! Naquela manhã, desvendaram-se… Naquela manhã, amaram-se… Naquela manhã… Naquela manhã, foram muito felizes…
© Mário Rodrigues - 2009
-Cheiras a rosas!
Naquela manhã, ela ouviu o "chilrear" das águas do ribeiro. Naquela manhã, ele abandonou-se e leu-lhe os movimentos… Naquela manhã, ela desejou-o como nunca… Naquela manhã, ela pareceu-lhe decidida e apaixonada pelo facto de ser mulher. Naquela manhã, ela sentiu-se olhada… Naquela manhã! Naquela manhã, desvendaram-se… Naquela manhã, amaram-se… Naquela manhã… Naquela manhã, foram muito felizes…
© Mário Rodrigues - 2009
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Haveremos de ser um dia…
Haveremos de ser um dia…
…Pessoas que se desviam nos seus automóveis, para as ambulâncias passarem e que se não colam a elas para passarmos todos os outros que obedientemente, ou tão simplesmente ocupam as suas posições na fila de trânsito…
…Pessoas que nos banquetes dos casamentos, só comeremos e que devemos e não encheremos pratos e pratos de comida que deixaremos intactos em cima das mesas, e onde colocamos guardanapos e beatas de cigarros, garantindo que aqueles alimentos irão para o lixo…
…Uma enorme multidão de pessoas, que pelas ruas pediremos a todos os que connosco se cruzar, para que tão-somente, vivam de modo inócuo para com os outros. E então, com a luz que nos será endógena, provocarmos o desejo de nos acompanharem…
E então; então seremos dignos da denominação de seres humanos e inteligentes…
…Pessoas que se desviam nos seus automóveis, para as ambulâncias passarem e que se não colam a elas para passarmos todos os outros que obedientemente, ou tão simplesmente ocupam as suas posições na fila de trânsito…
…Pessoas que nos banquetes dos casamentos, só comeremos e que devemos e não encheremos pratos e pratos de comida que deixaremos intactos em cima das mesas, e onde colocamos guardanapos e beatas de cigarros, garantindo que aqueles alimentos irão para o lixo…
…Uma enorme multidão de pessoas, que pelas ruas pediremos a todos os que connosco se cruzar, para que tão-somente, vivam de modo inócuo para com os outros. E então, com a luz que nos será endógena, provocarmos o desejo de nos acompanharem…
E então; então seremos dignos da denominação de seres humanos e inteligentes…
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Conspiração de morte...
Os maus tratos aos velhos, aos novos, aos assim e assim, as antecâmaras da morte que são muitos lares, hospitais e outros que tais, a contrafacção dos medicamentos, o modo como e estado parasita, os que ainda trabalham, etc, não passam de elementos de uma conspiração para enfraquecer uma nação, para que cega, eleja um qualquer ditador que se mostrará como sendo a nossa salvação, mas… Psicopata? Talvez seja um pouco! Falarei mais sobre isto um dia destes…
Etiquetas:
Constatações,
Direito à indignação
terça-feira, 30 de junho de 2009
Não, não é nenhuma novidade...
Não, não é nenhuma novidade, infelizmente. Há já muito tempo que clamo e grito até a minha voz se sumir. A promiscuidade entre o poder político, o poder judicial e a banca é vergonhosa, escabrosa, corrupta, injustíssima e atenta aos mais básicos dos direitos humanos do povo. O “putedo” em redor das trocas de poleiros, proporciona a possibilidade do, “hoje eu abro-te esta porta, que está fechada para todos mas como eu tenho as chaves… se amanhã tu me garantires…” È gritante o modo como a banca deste país, verdadeiros agiotas, seres repugnantes, “medrosos” que sem escrúpulos nenhuns, afrontam quem roubam, com lucros vergonhosos, tendo em conta de não passam de carcaças que tiraram das bocas dos nossos filhos, das casas que pagamos 3 vezes, do nosso nome e honestidade que será sempre muito maior que a deles, e que eles protegidos pelos amigos governantes e com a conivência dos compadres judiciais, enxovalham nas lamas publicas de listas que são acima de tudo o retrato da sua própria incompetência e ávida ganância. Se assim não fosse, em vez de se aproveitarem das fragilidades, sem quaisquer escrúpulos, ajudariam a tomar decisões mais acertadas e responsavelmente, dizerem “não”, sempre que fosse sinónimo de responsabilidade. Mas tudo isto se passa sem problemas, porque quem hoje rouba na administração de um banco, amanhã é ministro de qualquer coisa e depois administrador de uma qualquer EP, para colher umas reformas milionárias, roubadas aos contribuintes, com a garantia que logo depois serão acumuladas com a administração de outro banco ou coisa do género. O país não tem a culpa de rigorosamente nada e recuse-me a emigrar. Mas sinto-me permanentemente roubado, espancado, violado… Por um “chico-espertismo” de alta-roda, que somos obrigados, escravizados, a alimentar. Continuarei a gritar, apesar de poder ser chamado de masoquista…
Etiquetas:
Constatações,
Direito à indignação
Planeamento familiar? Onde?
No centro de saúde de Alhandra, existem consultas de planeamento familiar, que na realidade não estão acessíveis aos seus utentes alvo. Assim, existe um pequeno número de consultas disponíveis por mês, que só pode ser marcado nos dias 30 de cada mês às 11.00h da manhã.
1. A população activa e em idade de planeamento familiar, está a trabalhar às 11.00h, a menos que estejam desempregados.
2. Às 11.00h dos dias 30 de cada mês, já não existem consultas disponíveis, visto que os utentes se deslocam para uma fila a partir das 7.00h.
3. A culpa da situação é atribuída, pelo centro de saúde, ao facto das pessoas se deslocarem muito cedo para lá. Discordo pelo simples facto de que, enquanto se disponibilizar 20 consultas para 1000 pessoas, de certo que em breve as pessoas passarão a ir para lá uma semana antes.
4. As mulheres em idade fértil, activa e não só, servidas por este centro de saúde, não têm qualquer possibilidade de fazer consultas de planeamento, bem como os respectivos cuidados de prevenção das neoplasias da mama do colo e outras que deveriam ser vigiadas, sinalizadas e tratadas atempadamente, sendo que se trata de patologias em que a prevenção é igual a manter-se viva.
1. A população activa e em idade de planeamento familiar, está a trabalhar às 11.00h, a menos que estejam desempregados.
2. Às 11.00h dos dias 30 de cada mês, já não existem consultas disponíveis, visto que os utentes se deslocam para uma fila a partir das 7.00h.
3. A culpa da situação é atribuída, pelo centro de saúde, ao facto das pessoas se deslocarem muito cedo para lá. Discordo pelo simples facto de que, enquanto se disponibilizar 20 consultas para 1000 pessoas, de certo que em breve as pessoas passarão a ir para lá uma semana antes.
4. As mulheres em idade fértil, activa e não só, servidas por este centro de saúde, não têm qualquer possibilidade de fazer consultas de planeamento, bem como os respectivos cuidados de prevenção das neoplasias da mama do colo e outras que deveriam ser vigiadas, sinalizadas e tratadas atempadamente, sendo que se trata de patologias em que a prevenção é igual a manter-se viva.
Etiquetas:
Constatações,
Direito à indignação
domingo, 28 de junho de 2009
O amor...
O amor é como a água nas mãos. Se o coração não estiver em forma conchiforme ele escorre por entre os dedos.
©Mário Rodrigues
©Mário Rodrigues
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Luzes de fé...
Todas as fés têm as suas luzes. Sinto-me profundamente infeliz, quando me lembro dos monstros que manipulam os “candeeiros” e levam multidões a caminho das escarpas...
Etiquetas:
Anjos e nem por isso,
Constatações
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Mais antiga profissão do mundo
Hoje, em mais uma das minhas viagens por este querido país, vi duas jovens, em beira de estrada. Mais uma vez fico a pensar nas razões que podem levar uma pessoa a prostituir-se… Passam-me pela cabeça coisas como o facto de serem mães solteiras, mulheres abandonadas, vítimas de maus tratos, dividas e despesas… Logo de seguida penso nos indivíduos que as procuram. Não consigo, possivelmente por deformação intelectual, entende-los. Tenho uma imagem pré-formada, de homens… pequenos, porque pagando a uma mulher, acham que podem fazer e possivelmente fazem as animalidades mais grotescas que lhes passam pela cabeça; inseguros, porque pagam a que lhes diga que são verdadeiros “leões”, e acho ainda que são mais uma série enorme de coisas com as quais não estou minimamente preocupado… È mentira; preocupa-me o que são e o que podem fazer tais homens, principalmente porque são agentes activos numa relação, que à partida, é desvantajosa para a mulher que se está a prostituir. Penso nas companheiras de matrimónio deles… Penso nos filhos delas… Penso nos eventuais companheiros de matrimónio delas, que se estão a prostituir. Quem são eles? Qual é o papel desses indivíduos na situação? Bem sei, que as dependências, mudam completamente as regras deste jogo que descrevo, no entanto, em nada se modifica o papel do prostituidor! Aliás, possivelmente muda; muda para pior! Não me considero nem mais, nem menos homem; nem melhor, nem pior; quanto muito, diferente. Entendo perfeitamente a admiração e até contemplação do corpo, da força do amor, ou até tão simplesmente do desejo puro e duro. No entanto, tenho dificuldade em aceitar e entender a subjugação inerente e colateral. Fico sempre com uma impressão de que se trata de caracteres, com algumas deformações de algum tipo, recalcamentos, sexualidades aprisionadas, traumas… Tudo isto me leva a considerar que a prostituição, muitas vezes é uma relação, deformada entre vítimas. Uma pessoa vítima de circunstâncias “vende” um serviço a uma pessoa, vítima de outras circunstâncias, sendo que me parece que a segunda tem um universo de alternativas ao seu dispor que a primeira não tem, nomeadamente dinheiro. O aproveitamento das necessidades e fragilidades de um indivíduo por parte de um segundo, foi, é e sempre será, um desrespeito pelo outro, uma cobardia, um crime, uma atitude reprovável e inadmissível. Como poderá continuar a ser a “mais antiga profissão do mundo”.
P.S. – A prostituição infantil eleva estas preocupações a um expoente ilimitado. Tentarei reflectir sobre ela.
P.S. – A prostituição infantil eleva estas preocupações a um expoente ilimitado. Tentarei reflectir sobre ela.
Etiquetas:
Anjos e nem por isso,
Cartas aos amigos,
Constatações
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Medidas muito grandes...
Todos nós conhecemos medidas muito grandes. Os gigas, os teras, os megas, até os anos luz, já faziam parte das nossas vidas. Mesmo contra as nossas vontades, também já conhecíamos o “pagar pela medida grande”. Mas agora uma medida com uma proporção titânica: “O Ronaldo”.
A partir de agora os “Buracos financeiros do estado vão ser contabilizados em “Cristianos Ronaldos" (Jornal Publico de sexta feira 19/06)
A partir de agora os “Buracos financeiros do estado vão ser contabilizados em “Cristianos Ronaldos" (Jornal Publico de sexta feira 19/06)
Etiquetas:
Constatações,
Direito à indignação
domingo, 21 de junho de 2009
Quico...
Meu bom e vivaz Quico. Corre agora pelos troncos e ramos dessa serra imensa. Presta atenção. Não te esqueças que és esperto!
A águia tem filhotes para alimentar, mas se fito for teu olho, nenhum “aguito” te irá papar. Senti-me bem com a tua companhia, mas… a vida é mais que um dia. Vai, corre, corre e faz amigos entre os outros. Perto um “orelhudo” ficou a espreitar. Agradeço-te e nunca esquecerei o adeus que me vieste dar. Corre livre meu pequeno amigo, corre livre e sê feliz; que eu... Eu por aqui vou ficar… : (
©Mário Rodrigues
A águia tem filhotes para alimentar, mas se fito for teu olho, nenhum “aguito” te irá papar. Senti-me bem com a tua companhia, mas… a vida é mais que um dia. Vai, corre, corre e faz amigos entre os outros. Perto um “orelhudo” ficou a espreitar. Agradeço-te e nunca esquecerei o adeus que me vieste dar. Corre livre meu pequeno amigo, corre livre e sê feliz; que eu... Eu por aqui vou ficar… : (
©Mário Rodrigues
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Energúmenos irresponsáveis
Profissionais bons e maus existem em todo o lado. No entanto, existe um grande problema com os indivíduos que chegam nas qualidades de um qualquer secretario de qualquer coisa e que como se tivesse a pretensão de vir a ser eterno, decide fazer tábua rasa do bom trabalho que eventualmente estava feito e desrespeitando completamente, não só os utentes, como os bons profissionais que estão atrás dos “balcões”, e que muitas vezes, dizem mal à vida, com tanta palhaçada que os obrigam a representar, frutos de meros exercícios de masturbação psicológica de indivíduos que querem mostrar figura aos ministros que os chefiam para nas próximas, ascenderem a uns invejados lugares, onde vão ter mais poder, que lhes é dado pelo povo, para driblarem e fazerem a distribuição convenientemente, lubrificada de cargos a “energúmenos irresponsáveis”, que vão fazer, passados quatro anos as mesmas asneiras que eles fizeram. Quando eu lamento, revolto e reclamo é contra a falta de visão de futuro dos líderes que elegemos, que pensam o país a 4 anos (ou menos) e não a cinquenta ou cem anos. “Os caminhos estreitos são para mentes curtas”. Precisamos de gente que se preocupe com a vida dos nossos filhos.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Paraíso dos irresponsáveis
Eu só digo que 2 terços do ano, trabalhamos para corrigir as… incorrecções... Estamos no país em que ninguém é responsável por mer... nenhuma, começando pela classe politica que nos sorve o sangue, qual sanguessuga, e nos enterra vivos por que se esqueceu de nos matar mas para resolver multa-nos. Porra...
Um jovem, teve a triste ideia de testar o sistema que suporta a base de dados dos cadernos eleitorais, e o que fez o corajoso ingénuo? Tendo mudado de residência, foi alterar a sua morada e nestas passadas eleições, resolveu fazer o teste, e… pois claro, foi votar nos dois sítios para ver de “dava”. Deu. Não satisfeito e por ter uma vontade enorme, (quanto a mim justificada e subscrita), de gritar que isto é um bando de energúmenos irresponsáveis, foi ao jornal da localidade, (salvo erro, Diário de Leiria), e denunciou a possibilidade que existe de praticar a fraude comprovadamente e exercitada pelo próprio! Resultado, o responsável pela comissão de eleições, desvalorizou dizendo que esse facto não tem valor estatístico, e que se ficou a dever a um erro do malogrado computador, (já era tempo de as pessoas compreenderem que culpar um computador de erros humanos, é sinonimo de um nível de iliteracia estupidificante bastante alto, sendo que ficam mal nessa fotografia), e assim sendo resta processar o dito jovem por crime de fraude contra a democracia de um estado de direito, crime punido com não sei o quê, mas uma coima vem de certeza! Não?
Um jovem, teve a triste ideia de testar o sistema que suporta a base de dados dos cadernos eleitorais, e o que fez o corajoso ingénuo? Tendo mudado de residência, foi alterar a sua morada e nestas passadas eleições, resolveu fazer o teste, e… pois claro, foi votar nos dois sítios para ver de “dava”. Deu. Não satisfeito e por ter uma vontade enorme, (quanto a mim justificada e subscrita), de gritar que isto é um bando de energúmenos irresponsáveis, foi ao jornal da localidade, (salvo erro, Diário de Leiria), e denunciou a possibilidade que existe de praticar a fraude comprovadamente e exercitada pelo próprio! Resultado, o responsável pela comissão de eleições, desvalorizou dizendo que esse facto não tem valor estatístico, e que se ficou a dever a um erro do malogrado computador, (já era tempo de as pessoas compreenderem que culpar um computador de erros humanos, é sinonimo de um nível de iliteracia estupidificante bastante alto, sendo que ficam mal nessa fotografia), e assim sendo resta processar o dito jovem por crime de fraude contra a democracia de um estado de direito, crime punido com não sei o quê, mas uma coima vem de certeza! Não?
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Hoje, em passo de corrida.
Hoje, foi um daqueles dias que passou, em "passo de corrida", (memórias militares), nada me esforcei para a dieta, ao pequeno-almoço, o meu meio litro de leite, e depois o café, e fui almoçando e lanchando três cafés por este dia, em que consegui trabalhar eficazmente, (infelizmente não é muito frequente). Curiosamente sinto-me leve. Já preparei todo o trabalho de amanhã e vim visitar os meus exorcistas. É mesmo muito agradável notar que o ambiente em geral, (blogs que sigo), está arejado, leve fresco, e com uns sorrisos marotos que tanto prazer me dão.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Hoje não falo...
Desculpai-me mas hoje não falo. Não falo porque... Hoje prefiro escutar... À janela que tantas vezes, este local se me apresenta... Hoje está nublado lá fora... As imagens são difusas. Não vejo com nitidez. Tenho pudor de escrever sobre imagens estranhas; em que se tornaram eventuais... Hoje não falo... Haverá dias em que inocente, verei as imagens nítidas... E então, falarei, credulamente delas... Hoje não falo...
segunda-feira, 1 de junho de 2009
"Sá" me faltava mais essa.
Apesar de nutrir alguma simpatia pelo Sr. Dr. Eduardo Sá, aterroriza-me aquela ideia do “Estado” dever ensinar o que são os sentimentos da sexualidade nos pequenos. Já alguma vez se questionaram, acerca de para que serve uma família? E a sã convivência entre pessoas de ambos os sexos, depois de bem ensinada, toda a biologia e anatomia reprodutiva, cuidados de saúde íntima, conjugal e pública, prevenção de gravidezes indesejáveis e de DST (doenças sexualmente, transmissíveis), respeito próprio e pelo outro(a), e toda uma outra lista infindável de coisas que os “putos”, e muitos graúdos, devem saber, bem explicada e sem tabus nem palavrões “escrotais”
“- Conforme publicado no DR de 34 de Oitembro, no ponto K da alínea X do art. Do coiso... – O limite máximo para o tempo de um orgasmo é definido pelo coeficiente de relação entre a matéria colectável e o PIB, tendo em conta o extracto social a que pertence, deduzidos os rendimentos auferido no período fértil da coisa...”
"Sá" me faltava mais essa.
“- Conforme publicado no DR de 34 de Oitembro, no ponto K da alínea X do art. Do coiso... – O limite máximo para o tempo de um orgasmo é definido pelo coeficiente de relação entre a matéria colectável e o PIB, tendo em conta o extracto social a que pertence, deduzidos os rendimentos auferido no período fértil da coisa...”
"Sá" me faltava mais essa.
Etiquetas:
Constatações,
Direito à indignação
domingo, 31 de maio de 2009
A sociedade em camadas...
Irrita-me profundamente, esta epopeia interminável que une toda a humanidade, ou pelo menos 99,9% dela, e eu muitas vezes deparo-me com dúvidas de que lado estou, em separar todos os outros, nossos irmãos seres humanos, em “camadas qualitativas”. Há-os, de primeira; os nobres; os elegíveis; os que devem dispensar obedientemente o ar que respiram para que outros, obviamente de uma cama superior, possam encher balões; os “miseralizáveis”, combustível essencial à manutenção e progressão dos “benfeitores”… De repente veio-me à cabeça, uma explicação para isto; a “manutenção animal da espécie, luta pela sobrevivência”, encaixa aqui, que nem…uma mer…. Há! Já sei, há outra, aquela das elites que são o impulso do desenvolvimento… O que comem as elites, se algures os escravizados não produzirem para que eles esbanjem? E quem consegue ser “nata” num tanque de leite? Os meus filhos reconhecem-me facilmente, no meio de uma manada de burros! Se bem que tenho consciência de estar a incomodar o nobre jumentada. Só me faltava, aparecer “prá’í”, uns iluminados com aquela estupidez das uniões das diferenças para um todo único em que todos têm o seu lugar(deles) , e como num puzzle, se falta uma peça não há puzzle... Pecas, pecas… Pecas, pecas… Pecas, pecas… Rótulo – “UTOPIA”. Gostava de saber quem foi o “caramelo”, que inventou essa … dessa UTOPIA que aparece, tipo o estúpido do bobo da corte, sempre que fazem perguntas embaraçosas ao monarca, e assim livra-o de mais aquela!! Também ouvi dizer que há por aí uns bobos que… papam as princesas…
©Mário Rodrigues
©Mário Rodrigues
sábado, 30 de maio de 2009
O inferno
"O inferno dos vivos não é uma coisa que virá a existir; se houver um, é o que já está aqui, o inferno que habitamos todos os dias, que nós formamos ao estarmos juntos. Há dois modos para não o sofrermos. O primeiro torna-se fácil para muita gente: aceitar o inferno e fazer parte dele a ponto de já não o vermos. O segundo é arriscado e exige uma atenção e uma aprendizagem contínuas: tentar e saber reconhecer, no meio do inferno, quem e o que não é inferno, e fazê-lo viver, e dar-lhe lugar."
Autor: Italo Calvino in "As Cidades Invisíveis"
Autor: Italo Calvino in "As Cidades Invisíveis"
Acasalamento...
Um casamento é uma panela onde se misturam, verdade, humildade, amor, dor, respeito, loucura, responsabilidade, diálogo, serenidade, sexo, concessão, tudo em doses meticulosas. Promessas, é um dos ingredientes que oxida e estraga a sopa.
As mulheres poderiam ser só as donas do mundo...
Mais uma vez, (caso Ana Malhoa na Playboy), de acordo com o que há muito penso. As mulheres poderiam ser só as donas do mundo... As mulheres parem os putos, as mulheres, educam os putos, as mulheres são o alvo exclusivo da atenção dos putos, a rapaziada luta pelas mulheres, as mulheres consciente ou inconscientemente manipulam e controlam os homens: directa ou indirectamente, as mulheres governam: directamente ou através dos homens com que partilham a cama....... Mas as mulheres, foram, são e serão umas "cabras" umas para as outras... Quando se unem é para se exterminarem.
Correndo o risco de abrir uma "pandorice", acho que as mulheres são as verdadeiras inventoras do machismo. Devo, obrigatoriamente, abrir as excepções honrosas às mulheres que lutam pelo contrário, têm a minha sincera admiração e solidariedade. Mas são poucas.
Poderá não ter nada a ver com o assunto, mas apetece-me chamar cobardes, assassinos, estúpidos, miseráveis e outras coisas (de momento sé me estou a lembrar de mimos), aos palhaços que levantam a mão a uma mulher, quanto mais se as agredirem...
Correndo o risco de abrir uma "pandorice", acho que as mulheres são as verdadeiras inventoras do machismo. Devo, obrigatoriamente, abrir as excepções honrosas às mulheres que lutam pelo contrário, têm a minha sincera admiração e solidariedade. Mas são poucas.
Poderá não ter nada a ver com o assunto, mas apetece-me chamar cobardes, assassinos, estúpidos, miseráveis e outras coisas (de momento sé me estou a lembrar de mimos), aos palhaços que levantam a mão a uma mulher, quanto mais se as agredirem...
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Sapiens? 2
Passei pelo jardim zoológico e perguntei baixinho, por vergonha, a um babuíno se estava preocupado com o PEC (pagamento especial por conta). O indivíduo, ignorou-me, virou-me as costas e correu avido para junto de uma fêmea com quem copulou freneticamente...Há vidas melhores! São é mais baratas…
Sapiens?
O grande drama do ser humano, foi ter passado a ser humano. Enquanto antropóide tudo era mais simples...
Divertimentos secretos...
Divertimentos secretos...e porquê secretos?! Em nada me envergonham! Dá-me muito prazer o que tenho de tango, de arrojado, de genuinamente vivaz... de socialmente inocentes e afrontador, mas tão exteriorizador das minhas “entranhas...” O hábito de lidar com entranhas vulgarizam-nas para mim...
Lembrei-me de uma provável estupidez; Os cães mordem nos estranhos, os gatos nos donos. Os homens não, mas também, ou antes pelo contrário.
Lembrei-me de uma provável estupidez; Os cães mordem nos estranhos, os gatos nos donos. Os homens não, mas também, ou antes pelo contrário.
E posso ainda...
E posso ainda rodopiar com uma mulher linda, ambos de negro, numa sala com pouca luz e com os dentes cravados no pé de uma rosa escarlate e...Isso sim...Muito Astor Piazzolla nos "Libertango"
Este é o último dia do...
Pois! Pois! Hoje é o último dia para ir entregar uma pipa de massa que tanto me custa a ganhar, a uns fulanos que têm como passa tempo preferido queimar notinhas no churrasco da administração publica... e outros! Que isto é uma gente muito dada a... Deixa para lá.???????????!!!!!!!!!!!!!!!! Deixa pra'lá uma porra, que o que eles fazem mesmo é não só roubar como destruírem o fruto do roubo e prenderem-nos por termos tão pouco que se roube. Tenho dito.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
A Dama desceu ao bloco...
…Hoje, vou fazer uso pleno do meu egocentrismo. Sinto-me... Não vale a pena. Tudo corria na aparente normalidade rotineira, bom clima, bom texto, escrita porreira, “Marilion” ainda com direito a Fish…… começa a descompensar, e,e,e…….Instala-se o caos sincronizado e normal para o caso, pressente-se a presença da… dama negra flutuando… os movimentos tornam-se perpétuos, e estranhamente retardados. Sem qualquer pudor arranca-nos das mãos o seu tributo…nunca hei-de estar preparado para a “desvida”…hoje não me apetece chamar-lhe outra coisa…depois; a cruel trova do…”hora do óbito, onze horas e trinta e sete minutos do di………..” Merda. Saí de uma hora de duche…outra vez. Estes anos de contacto com sofrimento rebentam qualquer um. Talvez já volte…
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Talvez - Primeira parte, bocado nº 2
...A sua principal actividade lúdica é estar deitado na sua cama, com a porta do quarto praticamente fechada a ver tudo o que seja futebol de todos os campeonatos e ligas possíveis e imagináveis. Juntou dinheiro durante algum tempo para mandar instalar televisão por cabo exclusivamente no seu quarto, apesar de viver em casa de seus pais. Da sua rotina fazia parte: o hipermercado a escola de onde regressava com a mesma pressa com que ia para lá, as noites de sexta-feira, que para ele tinham um sabor a encontro de grupo de ajuda de qualquer coisa, e umas viagens estranhas, apesar de rápidas que fazia não se sabe exactamente onde. Não namorava. Nunca lhe fora conhecida tal suposta relação. Falava muito menos do que pensava, pensava muito mais do que raciocinava. Tinha um discurso miserabilista, socialmente fatalista, e tinha a certeza de que os capitalistas conspiravam permanentemente contra ele que na qualidade de representante de uma classe operária injustiçada que não tinha direitos mas sim e só deveres. João, o anfitrião, permanecia convencido de que a Vladsca, Cherenka Vladsca, bem como a Patrícia, carinhosamente chama de "piquena", por todos, eram a verdadeira razão para a continuidade de Leopoldo nos encontros de sexta-feira... (AVISO: ATENÇÂO! É possivel que isto continue)
©Mário Rodrigues
©Mário Rodrigues
O pecado...
Há um tipo de "pecado", que é um cinismo inventado por pseudo-pudicos, que fazem coisas que eu tenho vergonha de pensar. Já pequei em alturas que todos acharam que estava a ser um benfeitor. Os pecados estão cá dentro. Sei melhor que ninguém que não sou "flor que se cheire", mas pior que pecar é achar que se não é pecador. Desgraçado, jamais achará que deve pedir perdão.
©Mário Rodrigues
©Mário Rodrigues
Blogar para quê?
Eu comecei a blogar exclusivamente para me exorcizar. O que mais gostei, foi do facto de passados alguns exercícios da tal matéria, comecei a ler postas de muitos outros blogueiros, e isso levou a que muitas vezes vá com muita "sede ao pote", para o meu exorcismo diário, mas acabe por me rever e emocionar com postas fabulosas e que transformam, por vezes, os meus demónios em débeis anjos. E sabes que mais? O que gosto mesmo é de pessoas e das ouvir e das interrogar e de esperar as respostas que me vão dar, para voltar a interrogar e assim comunicar.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Borboletas
As borboletas têm cores e movimentos muito belos.
A traça das "bolas" das carvalhas têm uma beleza...estranha...
A traça das "bolas" das carvalhas têm uma beleza...estranha...
Estive a ler uns post’s e…
Estive a ler uns post’s e… deixaram-me a pensar… por vezes tenho a sensação de que a vida é espectacular, só é pena os problemas serem uma chatice; outras vezes sinto uma inquietação como se assim não fosse.
Se eu quisesse, enlouquecia.
— Se eu quisesse, enlouquecia. Sei uma quantidade de histórias terríveis. Vi muita coisa, contaram-me casos extraordinários, eu próprio... Enfim, às vezes já não consigo arrumar tudo isso. Porque, sabe?, acorda-se às quatro da manhã num quarto vazio, acende-se um cigarro... Está a ver? A pequena luz do fósforo levanta de repente a massa das sombras, a camisa caída sobre a cadeira ganha um volume impossível, a nossa vida... compreende?... a nossa vida, a vida inteira, está ali como... como um acontecimento excessivo... Tem de se arrumar muito depressa. Há felizmente o estilo. Não calcula o que seja? Vejamos: o estilo é um modo subtil de transferir a confusão e violência da vida para o plano mental de uma unidade de significação. Faço-me entender? Não? Bem, não aguentamos a desordem estuporada da vida. E então pegamos nela, reduzimo-la a dois ou três tópicos que se equacionam. Depois, por meio de uma operação intelectual, dizemos que esses tópicos se encontram no tópico comum, suponhamos, do Amor ou da Morte. Percebe? Uma dessas abstracções que servem para tudo. O cigarro consome-se, não é?, a calma volta. Mas pode imaginar o que seja isto todas as noites, durante semanas ou meses ou anos?
Autor: Herberto Helder
Autor: Herberto Helder
O árbitro
Como o senhor Juarroz não era muito adepto do desporto, optava por competir consigo próprio, através daquilo que ele designava como ‘os seus dois jogadores’: o pensamento e a escrita.
Fazia, assim, jogos para verificar quem era mais criativo: se o pensamento se a escrita.
Para o senhor Juarroz – que se considerava árbitro desta disputa, portanto: exterior e neutro em relação ao seu pensamento e à sua escrita – a vitória final era sempre da mesma parte: do pensamento. A sua escrita nunca conseguia se tão original como os seus raciocínios.
Porém, a decisão de o senhor Juarroz levantava sempre grande polémica interna pois a escrita argumentava que possuía provas físicas e concretas da sua criatividade, ao contrário do pensamento que nunca apresentava qualquer tipo de prova. A escrita do senhor Juarroz acabava sempre por o acusar de ser um árbitro parcial. Um batoteiro, portanto.
Autor: Gonçalo M. Tavares em "O Senhor Juarroz"
Fazia, assim, jogos para verificar quem era mais criativo: se o pensamento se a escrita.
Para o senhor Juarroz – que se considerava árbitro desta disputa, portanto: exterior e neutro em relação ao seu pensamento e à sua escrita – a vitória final era sempre da mesma parte: do pensamento. A sua escrita nunca conseguia se tão original como os seus raciocínios.
Porém, a decisão de o senhor Juarroz levantava sempre grande polémica interna pois a escrita argumentava que possuía provas físicas e concretas da sua criatividade, ao contrário do pensamento que nunca apresentava qualquer tipo de prova. A escrita do senhor Juarroz acabava sempre por o acusar de ser um árbitro parcial. Um batoteiro, portanto.
Autor: Gonçalo M. Tavares em "O Senhor Juarroz"
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Anjos ou demónios...
“E nem os leigos ajudam, quando o clero destrói a obra de Deus”
Autor: Karol Wojtyla
Autor: Karol Wojtyla
Fim
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
Autor: Mário de Sá Carneiro
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
Autor: Mário de Sá Carneiro
Escorre
O amor é como a água nas mãos. Se o coração não estiver em forma conchiforme ele escorre por entre os dedos.
© Mário Rodrigues - 2009
© Mário Rodrigues - 2009
Dias úteis...
Antes de mais tenho a dizer que tal como no meu caso, não raras são as vezes que um ansiolítico faz parte da ceia de domingo. Adoro trabalhar sempre que esse trabalho está a ser útil de alguma maneira e ou a alguém , caso contrario limito-me a me arrastar pelo mundo para a sopa (minha e da família ). Gosto de pensar, de inventar, de suar, de ajudar, etc. Eu...não gosto de cavar, gosto sim de ver as flores crescerem, não gosto de "alombar", mas antes da narta que proporciona uns momentos com os amigos e a família a dissertar sobre uma...qualquer.
Mas fiquei a pensar, no termo, "dias úteis". Será que os dias que mais prazer me dão, são inúteis .
© Mário Rodrigues - 2009
Mas fiquei a pensar, no termo, "dias úteis". Será que os dias que mais prazer me dão, são inúteis .
© Mário Rodrigues - 2009
domingo, 24 de maio de 2009
Olhar ou ver...
Algo de parecido acontece às pessoas, saber das coisas mais distantes e estar cego para o que está mais próximo.
Autor: Pedro Paixão (PortoKyoto)
Autor: Pedro Paixão (PortoKyoto)
Passagem dos elefantes
Elefantes na água optimistas à solta
optimistas à solta elefantes na árvore
elefantes na árvore optimistas na esquadra
optimistas na esquadra elefantes no ar
elefantes no ar optimistas em casa
optimistas em casa elefantes na esposa
elefantes na esposa optimistas no fumo
optimistas no fumo elefantes na ode
elefantes na ode optimistas na raiva
optimistas na raiva elefantes no parque
elefantes no parque optimistas na filha
optimistas na filha elefantes zangados
elefantes zangados optimistas na água
optimistas na água elefantes na árvore
Autor: Mário Cesariny
optimistas à solta elefantes na árvore
elefantes na árvore optimistas na esquadra
optimistas na esquadra elefantes no ar
elefantes no ar optimistas em casa
optimistas em casa elefantes na esposa
elefantes na esposa optimistas no fumo
optimistas no fumo elefantes na ode
elefantes na ode optimistas na raiva
optimistas na raiva elefantes no parque
elefantes no parque optimistas na filha
optimistas na filha elefantes zangados
elefantes zangados optimistas na água
optimistas na água elefantes na árvore
Autor: Mário Cesariny
Eu...
Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.
Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.
Eu sei que as dimensões impiedosos da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.
Autor: António Gedeão
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.
Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.
Eu sei que as dimensões impiedosos da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.
Autor: António Gedeão
Seremos nós, grãos de areia de uma qualquer praia?
Estava eu sentado, perto do mar, a ouvir com pouca atenção um amigo meu que falava arrebatadamente de um assunto qualquer, que me era apenas fastidioso. Sem ter consciência disso, pus-me a olhar para uma pequena quantidade de areia que entretanto apanhara com a mão; de súbito vi a beleza requintada de cada um daqueles pequenos grãos; apercebia-me de que cada pequena partícula, em vez de ser desinteressante, era feito de acordo com um padrão geométrico perfeito, com ângulos bem definidos, cada um deles dardejando uma luz intensa; cada um daqueles pequenos cristais tinha o brilho de um arco-íris... Os raios atravessavam-se uns aos outros, constituindo pequenos padrões, duma beleza tal que me deixava sem respiração... Foi então que, subitamente, a minha consciência como que se iluminou por dentro e percebi, duma forma viva, que todo o universo é feito de partículas de material, partículas que por mais desinteressantes ou desprovidas de vida que possam parecer, nunca deixam de estar carregadas daquela beleza intensa e vital. Durante um segundo ou dois, o mundo pareceu-me uma chama de glória. E uma vez extinta essa chama, ficou-me qualquer coisa que nunca mais esqueci que me faz pensar constantemente na beleza que encerra cada um dos mais ínfimos fragmentos de matéria à nossa volta.
Autor: Aldous Huxley
Autor: Aldous Huxley
Omeletas sem ovos...
Querer fazer omeletas sem ovos, já é sinal de alguma loucura, mas matar as galinhas é coisa de gente totalmente doida.
Ha! Ok, foram eleitos...então está bem...
© Mário Rodrigues - 2009
Faz-me lembrar algo...
Ha! Ok, foram eleitos...então está bem...
© Mário Rodrigues - 2009
Faz-me lembrar algo...
Etiquetas:
Constatações,
Direito à indignação
sábado, 23 de maio de 2009
Talvez - Primeira parte, bocado nº 1
...já viste as horas? Como sempre isto parece os casamentos, marca-se para as dez, esperando que ao meio-dia, todos lá estejam.
- Oh! Amigo Leopoldo; estás com pressa de quê? Acalma-te rapaz!
A sala ainda estava fria, o João acendera a lata da serradura à pouco mais de vinte minutos. O tubo que tinha sobrado do esquentador da avó do Leopoldo, e que agora servia de chaminé para o “aquecimento central”, estava de tal modo que parecia um passador de chá; a quantidade de fumo que estava na sala era bastante generosa, no entanto o elevado “pé direito” da sala permitia que ele formasse uma nébula lá no alto, e pouco incomodo provocasse aos dois amigos.
A noite estava fria, o relógio de caixa de madeira com uma porta que tinha dois vidros, um no mostrador e o outro mostrava o movimento do pêndulo, que estava na parede bordeaux escurecida pelos fumos do “sistema de aquecimento”, marcava vinte e duas horas e quarenta e sete minutos. Havia já alguns meses que algumas, geralmente, sextas-feiras à noite alguns amigos... eventualmente algo mais que conhecidos, se encontravam naquele lugar. Uma sala com três dúzias de metros quadrados, que geralmente estava pouco aberta, apesar das suas cinco janelas bastante altas, uma em cada parede. O João fazia questão de não mudar muitas coisas naquela sala. A casa já tinha uns bons anos. Sempre se lembra de lá viver com a sua avó. Oh! ... Sábia Senhora. As árvores em redor, foram-lhe proporcionando um misto de sombra fresca e de amarelos outonais das folhas esvoaçando pelo caminho, imprescindíveis para poder manter o seu estado de nostalgia em que gostava de viver, apesar de quando em vez ter de despertar os sentidos de alguma maneira sob pena de se embrenhar demasiado nos longos braços do seu estado letárgico ficando impedido de voltar a ser o que geralmente não gostava muito de ser.
Sobre o soalho de carvalho, distribuíam-se aleatoriamente alguns tapetes, duas cadeiras de madeira que não eram estufadas mas que eram giratórias, quatro sofás cobertos com mantas de trapos, uma mesa de nogueira bastante baixa mas grande e ampla dois ou três bancos altos como aqueles em que o Rui Veloso e o Sardet costumam tocar enquanto cantam. Dos doze apliques de vidrinhos, oito tinham as lâmpadas fundidas. O computador que tinha comprado em segunda mão e que só servia para aquilo, proporcionava horas intermináveis de música ininterrupta com a qual, João voava nos céus das esperanças, rastejava nas lamas da tristeza despropositada ou se afundava mesmo nas profundezas da nostalgia melancólica, desafiando-se a si mesmo num exercício de renascimento, quando se torna-se já perigosa a permanência.
As quatro lâmpadas de vinte e cinco watts deixavam escorrer pelas paredes uma claridade indirecta algo aconchegante e muito discreta.
Naquela noite de Janeiro o Leopoldo foi o primeiro a chegar veio directamente da escola. O Leopoldo, um jovem de vinte e sete anos, trabalha num hiper-mercado como repositor durante todas as horas que pode, após as quais, corre para a escola para acabar o secundário em pós-laboarl. É o único filho do casal numa família bastante modesta e de poucos recursos financeiros... (AVISO: é possivel que continue)
© Mário Rodrigues - 2009
- Oh! Amigo Leopoldo; estás com pressa de quê? Acalma-te rapaz!
A sala ainda estava fria, o João acendera a lata da serradura à pouco mais de vinte minutos. O tubo que tinha sobrado do esquentador da avó do Leopoldo, e que agora servia de chaminé para o “aquecimento central”, estava de tal modo que parecia um passador de chá; a quantidade de fumo que estava na sala era bastante generosa, no entanto o elevado “pé direito” da sala permitia que ele formasse uma nébula lá no alto, e pouco incomodo provocasse aos dois amigos.
A noite estava fria, o relógio de caixa de madeira com uma porta que tinha dois vidros, um no mostrador e o outro mostrava o movimento do pêndulo, que estava na parede bordeaux escurecida pelos fumos do “sistema de aquecimento”, marcava vinte e duas horas e quarenta e sete minutos. Havia já alguns meses que algumas, geralmente, sextas-feiras à noite alguns amigos... eventualmente algo mais que conhecidos, se encontravam naquele lugar. Uma sala com três dúzias de metros quadrados, que geralmente estava pouco aberta, apesar das suas cinco janelas bastante altas, uma em cada parede. O João fazia questão de não mudar muitas coisas naquela sala. A casa já tinha uns bons anos. Sempre se lembra de lá viver com a sua avó. Oh! ... Sábia Senhora. As árvores em redor, foram-lhe proporcionando um misto de sombra fresca e de amarelos outonais das folhas esvoaçando pelo caminho, imprescindíveis para poder manter o seu estado de nostalgia em que gostava de viver, apesar de quando em vez ter de despertar os sentidos de alguma maneira sob pena de se embrenhar demasiado nos longos braços do seu estado letárgico ficando impedido de voltar a ser o que geralmente não gostava muito de ser.
Sobre o soalho de carvalho, distribuíam-se aleatoriamente alguns tapetes, duas cadeiras de madeira que não eram estufadas mas que eram giratórias, quatro sofás cobertos com mantas de trapos, uma mesa de nogueira bastante baixa mas grande e ampla dois ou três bancos altos como aqueles em que o Rui Veloso e o Sardet costumam tocar enquanto cantam. Dos doze apliques de vidrinhos, oito tinham as lâmpadas fundidas. O computador que tinha comprado em segunda mão e que só servia para aquilo, proporcionava horas intermináveis de música ininterrupta com a qual, João voava nos céus das esperanças, rastejava nas lamas da tristeza despropositada ou se afundava mesmo nas profundezas da nostalgia melancólica, desafiando-se a si mesmo num exercício de renascimento, quando se torna-se já perigosa a permanência.
As quatro lâmpadas de vinte e cinco watts deixavam escorrer pelas paredes uma claridade indirecta algo aconchegante e muito discreta.
Naquela noite de Janeiro o Leopoldo foi o primeiro a chegar veio directamente da escola. O Leopoldo, um jovem de vinte e sete anos, trabalha num hiper-mercado como repositor durante todas as horas que pode, após as quais, corre para a escola para acabar o secundário em pós-laboarl. É o único filho do casal numa família bastante modesta e de poucos recursos financeiros... (AVISO: é possivel que continue)
© Mário Rodrigues - 2009
You Are Welcome To Elsinore
Entre nós e as palavras há metal fundente entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirardo mais fundo de nós o mais útil segredo entre nós e as palavras há perfis ardentes espaços cheios de gente de costas altas flores venenosas portas por abrir e escadas e ponteiros e crianças sentadas à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos há palavras de vida há palavras de morte há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar há palavras acesas como barcos e há palavras homens, palavras que guardam o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente, as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras noturnas palavras gemidos palavras que nos sobem ilegíveis à boca palavras diamantes palavras nunca escritas palavras impossíveis de escrever por não termos conosco cordas de violinos nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar e os braços dos amantes escrevem muito alto muito além do azul onde oxidados morrem palavras maternais só sombra só soluço só espasmo só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
e podem dar-nos morte violar-nos tirardo mais fundo de nós o mais útil segredo entre nós e as palavras há perfis ardentes espaços cheios de gente de costas altas flores venenosas portas por abrir e escadas e ponteiros e crianças sentadas à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos há palavras de vida há palavras de morte há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar há palavras acesas como barcos e há palavras homens, palavras que guardam o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente, as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras noturnas palavras gemidos palavras que nos sobem ilegíveis à boca palavras diamantes palavras nunca escritas palavras impossíveis de escrever por não termos conosco cordas de violinos nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar e os braços dos amantes escrevem muito alto muito além do azul onde oxidados morrem palavras maternais só sombra só soluço só espasmo só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Afinal o que importa...
PASTELARIA
Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir
de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
(Um poema de Cesariny)
Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir
de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
(Um poema de Cesariny)
quarta-feira, 13 de maio de 2009
- Quem? Chulo, parasita! O que é que pagar, tem a ver com receber?
Hoje, o dia tem sido angustiantemente, melancólico. Sinto-me defraudado e enxovalhado pelos governantes do país onde nasci, cresci, amo e luto, para que seja um pouco melhor. Entre ouvir “Red House Painters”, e… Não é hoje que vou prescindir do meu bálsamo da alma. Ai, Rodrigo Leão…, se soubesses…
Quero neste momento afirmar aqui, como quem quer dizer uma coisa para todos ouvirem; até mesmo aqueles que põem algodão, tampões e tudo o mais nas orelhas, para que lá não chegue os brados dos que gritam. Os portugueses não têm os governantes que merecem. Os portugueses, ainda que, com o seu espírito de ovelha que segue na fila sem protestar grande coisa, é na grande generalidade, gente de boa-fé. Analfabetos, iletrados, letrados e tudo mais, merecemos acima de tudo, sermos tratados pelos que sustentamos, não só o corpo, como a alma, o ego, os vícios, os desperdícios e até os chicotes que nos chicoteiam, com um respeito que eles não merecem. A cultura de vir permanentemente tirar “trigo”, do celeiro que, para o qual, não só não contribuem, como o incendeiam, espancam e matam os escravos que se arrastam na seara para manter o dito com alguma coisa. Esta politica de cobrança de impostos, compulsivamente, terá e tem, a sua justificação. Mas quem a faz, não tem a menor legitimidade moral para o fazer. Quem leva, dois e três anos a pagar, quando paga, não tem absolutamente nenhuma legitimidade de cobrar, coimar, julgar e punir quem mesmo deixando de comer e permitindo que os filhos morram nos seus braços de fome, consegue pagar os impostos resultantes das facturas que passou a um “Estado”, que as não pagou. Isto realmente é muito grave; mas há mais grave. Depois de nos comprometer-mos em cumprir planos para pagar o que não devíamos pagar, impostos pelo… falta-me as palavras, apesar do vocabulário não ser exactamente curto, ou limitado…, e efectivamente cumprindo-o, recebemos em tom de, “vamos dar cabo desses … todos”, a noticia em correio registado e mais não sei o quê, de que… pois; era mas agora já não é. Despe a roupa e vai-te prostituir, que agora quero tudo de uma vez e rápido.
- …há e tal, e não recebi!!
- Quem? Chulo, parasita! O que é que pagar, tem a ver com receber?
© Mário Rodrigues - 2009
Quero neste momento afirmar aqui, como quem quer dizer uma coisa para todos ouvirem; até mesmo aqueles que põem algodão, tampões e tudo o mais nas orelhas, para que lá não chegue os brados dos que gritam. Os portugueses não têm os governantes que merecem. Os portugueses, ainda que, com o seu espírito de ovelha que segue na fila sem protestar grande coisa, é na grande generalidade, gente de boa-fé. Analfabetos, iletrados, letrados e tudo mais, merecemos acima de tudo, sermos tratados pelos que sustentamos, não só o corpo, como a alma, o ego, os vícios, os desperdícios e até os chicotes que nos chicoteiam, com um respeito que eles não merecem. A cultura de vir permanentemente tirar “trigo”, do celeiro que, para o qual, não só não contribuem, como o incendeiam, espancam e matam os escravos que se arrastam na seara para manter o dito com alguma coisa. Esta politica de cobrança de impostos, compulsivamente, terá e tem, a sua justificação. Mas quem a faz, não tem a menor legitimidade moral para o fazer. Quem leva, dois e três anos a pagar, quando paga, não tem absolutamente nenhuma legitimidade de cobrar, coimar, julgar e punir quem mesmo deixando de comer e permitindo que os filhos morram nos seus braços de fome, consegue pagar os impostos resultantes das facturas que passou a um “Estado”, que as não pagou. Isto realmente é muito grave; mas há mais grave. Depois de nos comprometer-mos em cumprir planos para pagar o que não devíamos pagar, impostos pelo… falta-me as palavras, apesar do vocabulário não ser exactamente curto, ou limitado…, e efectivamente cumprindo-o, recebemos em tom de, “vamos dar cabo desses … todos”, a noticia em correio registado e mais não sei o quê, de que… pois; era mas agora já não é. Despe a roupa e vai-te prostituir, que agora quero tudo de uma vez e rápido.
- …há e tal, e não recebi!!
- Quem? Chulo, parasita! O que é que pagar, tem a ver com receber?
© Mário Rodrigues - 2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Dois terços do ano, trabalhamos para corrigir as… incorrecções - Possivelmente não é só em Portugal
Possivelmente não é só em Portugal, mas cá sofremos nós; e será que também não sofremos com os de lá? Só faltava que os de lá, sofressem com os de cá! Bem, vou seguir; tenho a sensação que 2 terços do ano, trabalhamos para corrigir as… incorrecções, das nossas actividades, e não falo só dos nossos trabalhos. Cada vez mais, tenho medo, que “eficácia”, seja uma coisa utópica. Diariamente e no regresso do meu trabalho, passo por um balcão da CGD, já fora do horário de atendimento ao balcão, que fica no percurso que faço, para fazer depósito dos recebimentos da empresa onde trabalho. Até aqui tudo bem. Aproximadamente um terço das vezes que pretendo desempenhar esta tarefa, a respectiva ATM, que anuncia, tal como a própria instituição, “Depósitos de cheques e numerário”, NÃO os recebe; ou só uns! Ou só outros! Ou mesmo nenhuns. Pois então vamos à CGD mais próxima.
Mas não era suposto, aquela coisa estar a funcionar, pelo menos 99,9% das vezes?
Entretanto, eu já fui ao dito local, estacionei o carro, fui a agência, não fiz nada, para além dos nervos e dos impropérios mentais, volto ao carro, saio do meu percurso, por “sorte”, 2 km, para ir a outra agência que apesar de ter 5 ATM’s, a probabilidade de não estarem a funcionarem total ou parcialmente é extremamente alta para quem se propõe prestar um serviço, que não presta.
Todos nós compreendemos que haja avarias, mas das 243 vezes que me desloquei com tal tarefa em mente, durante o ano de 2008, 87 vezes não fiz nada, para além de desperdiçar tempo, combustível, recursos, polui mais, cheguei mais tarde, privei a minha família da minha presença, trabalhei mais, produzi menos, etc… mesmo que este processo demorasse 5 minutos, teriam sido, 7 horas e meia, mas, demora cerca de 20, e leva-me para o centro de uma cidade, que viveria melhor com menos o meu carro lá dentro. Em, 145 horas anuais do meu trabalho, ou seja, 18 dias de trabalho de 8 horas diárias, a minha entidade patronal desperdiçam 655.00€, tendo como base o meu ordenado, com as “indisponibilidades momentâneas” das ATM’s da CGD.
Tirem as conclusões que desejarem, isto já mais será eficácia, e este é o mais pequeno exemplo das nossas improdutividades.
Para quando? (como diria a Mª Inácia dos C&L, Eduardo Madeira), o pessoal fazer coisas e ficarem feitas! Não termos de voltar e dar a volta, para fazer o que era suposto ficar feito à primeira!
Não temos, nem vida, nem dinheiro, nem Planeta, nem tempo, nem economia, nem emprego, para estes muitos monstros destruidores de recursos.
© Mário Rodrigues - 2009
Mas não era suposto, aquela coisa estar a funcionar, pelo menos 99,9% das vezes?
Entretanto, eu já fui ao dito local, estacionei o carro, fui a agência, não fiz nada, para além dos nervos e dos impropérios mentais, volto ao carro, saio do meu percurso, por “sorte”, 2 km, para ir a outra agência que apesar de ter 5 ATM’s, a probabilidade de não estarem a funcionarem total ou parcialmente é extremamente alta para quem se propõe prestar um serviço, que não presta.
Todos nós compreendemos que haja avarias, mas das 243 vezes que me desloquei com tal tarefa em mente, durante o ano de 2008, 87 vezes não fiz nada, para além de desperdiçar tempo, combustível, recursos, polui mais, cheguei mais tarde, privei a minha família da minha presença, trabalhei mais, produzi menos, etc… mesmo que este processo demorasse 5 minutos, teriam sido, 7 horas e meia, mas, demora cerca de 20, e leva-me para o centro de uma cidade, que viveria melhor com menos o meu carro lá dentro. Em, 145 horas anuais do meu trabalho, ou seja, 18 dias de trabalho de 8 horas diárias, a minha entidade patronal desperdiçam 655.00€, tendo como base o meu ordenado, com as “indisponibilidades momentâneas” das ATM’s da CGD.
Tirem as conclusões que desejarem, isto já mais será eficácia, e este é o mais pequeno exemplo das nossas improdutividades.
Para quando? (como diria a Mª Inácia dos C&L, Eduardo Madeira), o pessoal fazer coisas e ficarem feitas! Não termos de voltar e dar a volta, para fazer o que era suposto ficar feito à primeira!
Não temos, nem vida, nem dinheiro, nem Planeta, nem tempo, nem economia, nem emprego, para estes muitos monstros destruidores de recursos.
© Mário Rodrigues - 2009
Abril ainda está por fazer…
Abril…. Vagueando pelo meio dos meus documentários…..,dei com os olhos no “Capitães de Abril”, sei bem que não é um documentário, mas na minha prateleira está nesse lugar, dos documentários. Tinha 4 anos no dia 25 de Abril de 1974. Não resisti a dar uma olhadela; aí a 225ª vez e mais uma vez e como da 1ª vez que o vi, chorei novamente… e principalmente chorei por continuar a sentir vontade de chorar quando o vejo. Abril, ainda está por fazer. Abril foi e é todos os dias enxovalhado e vergonhosamente tomado por bocas e mãos que nunca o entenderam mas sempre o usaram. Abril ainda está por fazer… Abril ainda está por fazer… Abril ainda está por fazer…
© Mário Rodrigues - 2009
© Mário Rodrigues - 2009
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Mensagens populares
-
Ok!... Finalmente encontrei um parceiro à altura para o meu confessor! O meu amigo Oscar ( Astronotus ocellatus ) , conhecido por “o peixe”,...
-
Antes de mais tenho a dizer que tal como no meu caso, não raras são as vezes que um ansiolítico faz parte da ceia de domingo. Adoro trabalha...
-
Estava eu com o pupilo de pé à beira do mar a olhar as ondas, lado a lado, numa amena cavaqueira quando... ... "...pai, isto este an...
-
Mas... O que eu gosto mesmo é de Dodó !... Principalmente se poder contar com a companhia do Anthony Hopkins e assentados debaixo de uma al...
-
Isso?... Isso não é nada!... Aliás, tu nem sabes o que é! Jamais serás iluminado pela luz plena, inebriante e penetrante que enche inteirame...
-
Passei pelo jardim zoológico e perguntei baixinho, por vergonha, a um babuíno se estava preocupado com a vinda do FMI a Portugal. O indivídu...
-
Hoje, sem compreender exactamente porquê, acordei! Acordei muito antes do despertador, que normalmente já costuma tocar depois de eu aco...
-
...E então dizia um cronista da época acerca dos romanos a quando das lutas com os povos do norte... "...Os romanos, não gostavam dos ...