sexta-feira, 18 de junho de 2010
Expulsa os bolores quando o prazer entrar...
Vem! Arranca esse nó da garganta!
Rasga essa pele negra escura que te aperta!
Tira essas lembranças da alma...
Ordena ao teu corpo que se desmembre...
Grita! Trai a dor na sua essência...
Ludibria o engasgo que se te ostenta...
Espera! Deixa o tempo chegar...
Espera! O tempo arruma as coisas no seu lugar...
O momento será breve! Algum momento chegará de assalto...
Algum momento chegará de manso...
Então, enche bem o peito de ar...
Grita até o firmamento quebrar...
Expulsa os bolores quando o prazer entrar...
...E sorri à vida... Não a deixes chorar...
© Mário Rodrigues - 2010
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6 comentários:
…Escrevo, principalmente, por falta de espaço dentro de mim para tantas emoções e tão grandes, para mim. Nos comentários, fico com a sensação de que os pingos de emoção que transbordo, caiem em "terras fecundas" e coadjuvam o nascimento de novas emoções, produzem opiniões, contra pontos e desafios… E isso, isso é “geleia real”, para as nossas vidas…
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gosto especialmente deste :)
ResponderEliminarquase parecia o meu filho com aquela sua filosofia de vida do tipo "mesmo que chovam canivetes, deve haver uma maneira qualquer de passar por entre eles e eu vou descobrir, portanto está tudo bem e a vida é bela"
Ele tem toda a razão! Só terás de o prevenir de que de quando em vez, há um canivete que se crava nas costas...mas isso, também não mata e a vida depois ainda é mais bela...
ResponderEliminarUm beijo e um abraço a esse teu sábio...
Particularmente belo este poema, e em especial o remate:
ResponderEliminar"...E sorri à vida... Não a deixes chorar..."
É isso mesmo: podemos sempre fazer das fraquezas forças!
Bjos
Obrigado Fa menor
ResponderEliminarBeijo
Bem mais fácil de dizer do que de fazer. Tens razão, somos nós que fazemos com que a vida chore, quando não conseguimos que a manhã nos contamine, nem conseguimos ver para além da escuridão que procede o ocaso, aliás, quantas vezes não deixamos sequer que o sol nos ilumine. Por outro lado haveria que baixar as guardas para levarmos com as surpresas. As defesas que erguemos também nos privam de muitas coisas boas, são elas que tantas vezes enformam o habitat dos bolores de que falas, e com o tal tempo que não deixamos que nos surpreenda, aprendemos a alimentar-nos deles. Chega a um ponto em que nem conseguimos comer mais nada.
ResponderEliminarBons conselhos daqui levo, Mário!
Abraço
E exalamos um odor fétido a mofo...
ResponderEliminarUm Abraço