Hoje, sem compreender exactamente porquê, acordei!
Acordei muito antes do despertador, que normalmente já costuma tocar depois de eu acordar. O dia ainda não tinha “nascido”. Olhei em redor… e reparei, com a pouca luz que existia no quarto, observei a minha companheira de “guerra”, de um modo que me não lembro de alguma vez ter feito, meramente biológico. Realmente, a vida é uma grande maravilha!
Dormia suave e silenciosamente. Um complexo bioquímico, organizado numa verdadeira prova de mestria inimitável de complexidade.
Levantei-me e fui até uma janela que abri…
Um ar fresco e rico em oxigénio, inundou-me os pulmões de assalto de um modo que quase me provocou dor…
O silêncio da manhã e o espectáculo de ver um dia nascer, é-me muito agradável. Mesmo muito. Utilizo-o muitas vezes na sequência de dias menos fáceis. Interrogo-me acerca da sorte tenho em estar a assistir a um espectáculo, que apesar de se repetir diariamente, raramente reparo como é belo, e tão raramente usufruo da energia inigualável que ele me proporciona. Apesar da minha existência, ser completamente indiferente a ele mesmo, o nascer do dia.
Ao sair de casa, vi uma minúscula flor violeta de quatro pétalas. Era capaz de jurar que não existia ali, naquela pequena racha do muro de pedra... Aliás, nem tinha reparado bem que o muro era daquelas pedras, grandes. Aquele muro é um enorme habitat, é um "cosmos" de vida e de seres de importância idêntica à minha.
Aquele muro é a casa de muitos seres…
Como será o “muro” que alberga o habitat dos seres dos quais eu faço parte, visto pelos olhos do "
transeunte" que acorda cedo e repara num mero muro de pedra?
© Mário Rodrigues - 2020
quarta-feira, 29 de janeiro de 2020
sexta-feira, 17 de janeiro de 2020
O teatro eterno...
A vida em sociedade é uma "árvore" que tende permanente e incessantemente o equilíbrio e a ter exactamente o mesmo número, massa e "valor" em ramos, pedúnculos, flores, aromas e folhas, etc., na parte aérea e na subterrânea. Qualquer alteração em um dos lados, tem uma resposta no outro. No entanto, acima do solo as condições são distintas, das condições abaixo, promovendo assim, criações, perspectivas e respostas díspares, com fundamentos e resultados diferentes ou mesmo antagónicos. Como complemento a esta miscigenação, temos a proliferação de "neoplasias fúngicas" em ambos os lados do ambiente "árvore", defeituosos processuais que invadiram os ambientes que lhes não eram próprios numa demência idolatrada, manipulam povos inteiros com objectivos embusteados muito diferentes dos que os verdadeiramente movem.
O que eu lamento é a existência de espectadores de todo este "teatro" que conscientemente se alheam a todos os sofrimentos causados a ambos os lados, incentivam e promovem a "nata" dos obstinados e acéfalos psicopatas que têm como marionetas, em ambos os lados do sistema, para que deste modo, o desequilíbrio seja eterno e produza poder e lucros para eles em qualquer que seja o lado, luz ou escuridão, ar ou sufoco, alimento ou fome, guerra ou "paz"...
Muitos deles manifestam-se publicamente pela paz, pela liberdade e pela tolerância...
© Mário Rodrigues - 2020
quinta-feira, 26 de julho de 2018
Movimentos não perpétuos....
(Ouvir, por favor, Kismet de Andy Benz)
A pedra estava gelada. Sentia uma perfusão gélida que me anestesiava as nádegas. O dorso vergava-se-me. Tinha a sensação de o coração ter diminuído, lenta, mas claramente os seus batimentos... Mal o sentia! Os olhos vidrados fixavam-se no horizonte... Bastante ao fundo, havia um monte redondo com uns arbustos mesmo na ponta. Parecia uma mama.
Não me lembro de ter mamado!
Não me lembro de ter sido uma criança feliz!
Um dia... Um dia o mundo acabou, pareceu-me que assim tinha sido… O cheiro era nauseabundo.
A gritaria, que incluía várias línguas e idiomas por mim desconhecidos, era-me alheia bem como o chiado das rodas nos carris... Em silêncio, pelo único rasgo de mundo que me era visível, via-a a ficar longe... mais longe... bastante longe... muito longe... desapareceu. Da vista, do meu alcance... era uma mulher castigada pelo trabalho brutal, pela fome e pelos espancamentos... cuspi três vezes para o chão e limpei a boca com a manga da camisola.
O ódio saltou-me de dentro como a lava aprisionada de um vulcão que me aperta a garganta e quase me asfixia... miserável... nojento... Por muito que me lave, ainda não estou limpa, nem vinte e oito anos depois... Não sei se me sentirei limpa algum dia... Apesar dos lábios serrados, gritava em brados estridentes "Mãe, Mãe, Mãe..." em sussurros de um silêncio insuportável... O mundo acabara de acabar!
A minha mão direita deslizou lentamente e encontrou a mãozita dele. Também ele, silencioso e imóvel. Que pensará ele da vida? Que achará ele, no seu mais profundo íntimo, de mim? Não tenho coragem de lhe perguntar…
E eu? Que penso eu de mim?
Sei demais para pensar o quer que seja…
O meu corpo, sim porque só o meu corpo interessou, foi um "local", sítio onde, entre outros, eu própria e estupidamente me mutilei… beleza bastara num banho de narcisismo, meu corpo voltou a ser o meu nó Górdio... Mas ele, o polvo através do qual eu toco em todo o universo, saiu-me do seio como a lava irrompe das entranhas da terra. Com ele tenho a possibilidade de me rasgar em pedaços atirando-me para a fogueira, recomeçar a minha vida... Nunca é tarde... nunca será tarde... recuso-me a deixar que entardeça. Poderei eu nascer trinta e quatro anos depois de ser parida? Não sei, nem sei se isso me preocupa realmente.
Ele puxa-me a camisola e procura as minhas mamas, eu acordo de um sonho mau, poderás perfeitamente ser diferente de todos eles. A minha lágrima escorre-te no rosto, mas tu, serás diferente de todos eles...
© Mário Rodrigues - 2018
A pedra estava gelada. Sentia uma perfusão gélida que me anestesiava as nádegas. O dorso vergava-se-me. Tinha a sensação de o coração ter diminuído, lenta, mas claramente os seus batimentos... Mal o sentia! Os olhos vidrados fixavam-se no horizonte... Bastante ao fundo, havia um monte redondo com uns arbustos mesmo na ponta. Parecia uma mama.
Não me lembro de ter mamado!
Não me lembro de ter sido uma criança feliz!
Um dia... Um dia o mundo acabou, pareceu-me que assim tinha sido… O cheiro era nauseabundo.
A gritaria, que incluía várias línguas e idiomas por mim desconhecidos, era-me alheia bem como o chiado das rodas nos carris... Em silêncio, pelo único rasgo de mundo que me era visível, via-a a ficar longe... mais longe... bastante longe... muito longe... desapareceu. Da vista, do meu alcance... era uma mulher castigada pelo trabalho brutal, pela fome e pelos espancamentos... cuspi três vezes para o chão e limpei a boca com a manga da camisola.
O ódio saltou-me de dentro como a lava aprisionada de um vulcão que me aperta a garganta e quase me asfixia... miserável... nojento... Por muito que me lave, ainda não estou limpa, nem vinte e oito anos depois... Não sei se me sentirei limpa algum dia... Apesar dos lábios serrados, gritava em brados estridentes "Mãe, Mãe, Mãe..." em sussurros de um silêncio insuportável... O mundo acabara de acabar!
A minha mão direita deslizou lentamente e encontrou a mãozita dele. Também ele, silencioso e imóvel. Que pensará ele da vida? Que achará ele, no seu mais profundo íntimo, de mim? Não tenho coragem de lhe perguntar…
E eu? Que penso eu de mim?
Sei demais para pensar o quer que seja…
O meu corpo, sim porque só o meu corpo interessou, foi um "local", sítio onde, entre outros, eu própria e estupidamente me mutilei… beleza bastara num banho de narcisismo, meu corpo voltou a ser o meu nó Górdio... Mas ele, o polvo através do qual eu toco em todo o universo, saiu-me do seio como a lava irrompe das entranhas da terra. Com ele tenho a possibilidade de me rasgar em pedaços atirando-me para a fogueira, recomeçar a minha vida... Nunca é tarde... nunca será tarde... recuso-me a deixar que entardeça. Poderei eu nascer trinta e quatro anos depois de ser parida? Não sei, nem sei se isso me preocupa realmente.
Ele puxa-me a camisola e procura as minhas mamas, eu acordo de um sonho mau, poderás perfeitamente ser diferente de todos eles. A minha lágrima escorre-te no rosto, mas tu, serás diferente de todos eles...
© Mário Rodrigues - 2018
domingo, 13 de setembro de 2015
Estepes vivendo...
A estepe atravesso,
aos elementos exposto,
adversas condições,
sereno imbuindo vou...
Por terras de ninguém,
sonhando aguardo,
um desejado amor que nunca tive...
Moribunda esperança és,
a de que um dia...
A de que um dia silenciosa mudes...
E eu, eu que por isso esperaria!...
© Mário Rodrigues - 2015
aos elementos exposto,
adversas condições,
sereno imbuindo vou...
Por terras de ninguém,
sonhando aguardo,
um desejado amor que nunca tive...
Moribunda esperança és,
a de que um dia...
A de que um dia silenciosa mudes...
E eu, eu que por isso esperaria!...
© Mário Rodrigues - 2015
quinta-feira, 21 de maio de 2015
Nepal e o resto do cosmos
Muito amo vida e família que dada me foi. Tanto a ambicionava compatível e "imprescindida", com o estar lá, onde o sofrimento escorre nas valetas para as ribeiras formando grandes rios de raivosa dor. Lá não há desemprego porque as 24 horas são vergonhosamente escassas para o trabalho que sentimos obrigação de ter feito. Por lá não choro, por as lágrimas já ter secado e nada me escorrer no rosto sujo para além de suor. Por lá, as coisas não são mesquinhas porque não há coisas. Por lá... Por lá há espaço suficiente ao lado de moribundo para que com a nossa mão afaguemos rostos ensanguentados até a alquimia da vida abandone a amalgama de carbono que antes fora homem...
Por lá... Há "farrapos" que com os nossos cuidados, raivas, ansiedades, duvidas, fome, sede, saudades e dores, readquirem a alquimia da vida e a nosso lado se transformam em polvos com braços muito numerosos e enormes através dos quais, afagamos muitos mais rostos e beijamos muitas mais testas empoeiradas mas que ali e naquele momento amamos de uma maneira derradeira...
Gostaria que um dia, eventualmente póstumo, pelo menos um, com um olhar me demonstrassem que perceberam e também querem este sofrimento. Só com ele eu sinto a minha incomensurável felicidade e sorte de vos ter e compreender que tal como "por lá", "por cá" também podemos nos embrenhar neste sofrimento feliz que é amar uma vida incógnita.
© Mário Rodrigues - 2015
Por lá... Há "farrapos" que com os nossos cuidados, raivas, ansiedades, duvidas, fome, sede, saudades e dores, readquirem a alquimia da vida e a nosso lado se transformam em polvos com braços muito numerosos e enormes através dos quais, afagamos muitos mais rostos e beijamos muitas mais testas empoeiradas mas que ali e naquele momento amamos de uma maneira derradeira...
Gostaria que um dia, eventualmente póstumo, pelo menos um, com um olhar me demonstrassem que perceberam e também querem este sofrimento. Só com ele eu sinto a minha incomensurável felicidade e sorte de vos ter e compreender que tal como "por lá", "por cá" também podemos nos embrenhar neste sofrimento feliz que é amar uma vida incógnita.
© Mário Rodrigues - 2015
terça-feira, 7 de abril de 2015
A Sabedoria da Calma...
"Aquele que mantém a calma diante de todas as adversidades da vida mostra simplesmente ter conhecimento de quão imensos e múltiplos são os seus possíveis males, motivo pelo qual ele considera o mal presente uma parte muito pequena daquilo que lhe poderia advir: e, inversamente, quem sabe desse facto e reflecte sobre ele nunca perderá a calma."
Arthur Schopenhauer, in "A Arte de Ser Feliz"
Arthur Schopenhauer, in "A Arte de Ser Feliz"
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
Ando pelo mundo...
O relógio de pêndulo bate...
O pêndulo romba silêncios com seu toc, toc,...
Os pássaros cantam nas árvores do jardim...
As cordas do violoncelo saltam das pontas do indicador, médio e anelar. Falangetas. Martelos em mente louca...
Louca incoerência luta de existência...
Terna e suave vida...
Trinar simples de vida pura...
Pura vergonha de não ser...
"naïf-ismo" senil...
Alzheimer-ção de identidade...
Identidade difusa...
Homem, versus aracnídeo...
Aranha criada por criador apressado...
Numa criação precipitada...
Homem incompleto...
Tempo decorrente...
O relógio de pêndulo bate...
O pêndulo romba silêncios com seu toc, toc,...
Os pássaros cantam nas árvores do jardim...
© Mário Rodrigues - 2015
O pêndulo romba silêncios com seu toc, toc,...
Os pássaros cantam nas árvores do jardim...
As cordas do violoncelo saltam das pontas do indicador, médio e anelar. Falangetas. Martelos em mente louca...
Louca incoerência luta de existência...
Terna e suave vida...
Trinar simples de vida pura...
Pura vergonha de não ser...
"naïf-ismo" senil...
Alzheimer-ção de identidade...
Identidade difusa...
Homem, versus aracnídeo...
Aranha criada por criador apressado...
Numa criação precipitada...
Homem incompleto...
Tempo decorrente...
O relógio de pêndulo bate...
O pêndulo romba silêncios com seu toc, toc,...
Os pássaros cantam nas árvores do jardim...
© Mário Rodrigues - 2015
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
terça-feira, 3 de setembro de 2013
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
...como penas pontas de asa...
Algures
numa estrada, em que eu passava, senti um som gordo no meu peito. Estalava como
as palmas mas mãos de meninas, esticando dolorosamente as mãos até projectarem
os dedos para trás como penas pontas de asa. Uns braços varriam a linha da
estrada com o intuito de indicar um hipotético caminho. Os caminhos, compostos
de generosas quantidades de vazio, nadas e aridez, podemos caminhar e, até
mesmo, voltar para trás com uma ilusória sensação de liberdade; mas podemos
também cruzar a fronteira; para o desconhecido ou para um regaço embalado por
Déjà vu's …
Timbres de pequenas canções
cantadas com o acompanhamento de batidas de latas e ferros. Eu poder-me-ia
salvar, com certeza que sim! Bastava para isso que quisesse. Querer de um modo
inequívoco e em que tudo o que compõe a decisão fosse claro e abarcasse toda a
amplitude da palavra e do acto. Mas qual das salvações desejo?
Na estrada, a maré está alta! As
raízes que brotam do asfalto, quais ondas térmicas, mostram caminhos ladeados
de rés de trompetes com terminações de dós menores de oboés… mas este, este é
só mais um dos percursos possíveis em existência de homem...
Caminhemos...
© Mário
Rodrigues - 2013
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Será que temos... Insucesso escolar, insucesso na aprendizagem, insucesso no ensino ou nenhum deles?
Se nos processos de
aprendizagem, formação da personalidade e estruturamento de prioridades no
desenvolvimento do individuo e do seu carácter, o conhecimento empírico e
holístico tem um peso derradeiro, no ambiente "escola", tais modos de
adquirir saberes, não são tão usados ou correntemente utilizados sendo
preferido um método de administração de conhecimentos mais tutorial.
A incomensurabilidade
simultânea de simplicidade e complexidade do cérebro, fá-lo ser, provavelmente,
o único órgão capaz de desenvolver um estudo aprofundado de si próprio, sendo
que a simplicidade lógica e quase "binaria" dos processos de
estímulo/resposta neurológicos contrasta com a variedade de respostas possíveis
após o decorrer desse mesmo processo. O conhecimento do funcionamento do
cérebro é fundamental para a melhor adaptação dos métodos de ensino, para que
desse modo se agilize a aprendizagem.
Proporcionarmo-nos
experiências frequentes de consciencialização da estrutura física e funcional
do cérebro deverá ser um dos primeiros passos num longo caminho de o bem
utilizar, promovendo através destas um melhor entendimento do que nos rodeia e
de como poderemos transmitir eficazmente esse conhecimento a outros.
Tratando-se de um órgão
essencialmente funcional, a complexidade, diversidade e o trabalho envolvido
nos processos, são decisivos para um amplo crescimento e desenvolvimento do
mesmo, não obstante o dimorfismo sexual humano, condiciona o desenvolvimento
cognitivo.
A adaptabilidade
plástica do cérebro, estrutural e funcional ao longo do decorrer da vida com o
objetivo de acompanhar as exigências e funções da adaptação a ambientes aliada
á ferramenta de excelência, a linguagem em todas as suas vertentes, permitem o
acesso necessário à troca de aprendizagens e conhecimentos. Esses, por sua vez,
fazendo uso da ferramenta de desencriptação da mensagem que lhe transmitimos
dominam a capacidade de "desencriptar" a mensagem, factor determinante
para a quantidade de informação entendida, condicionando assim a eficácia da
mesma.
É imprescindível a
utilização de léxicos comuns a ambos os agentes. Esta ideia poderá levantar
questões relacionadas, nomeadamente de quem deve fazer o quê?
Devem os educadores
utilizar léxicos menos ricos ou até mesmo pobres para fazerem chegar a
mensagem?
Deveremos todos nós,
promover, habilitar ou reabilitar o nosso vocabulário e dinâmica de transmissão
de sensações?
Num verdadeiro
exercício de imaginação, suponho-me fisicamente em uma plateia em discussão,
constituída por ilustríssimos conhecedores de, vamos supor, formas de vida
existentes em Marte. Sou submetido a seis horas de débito transversal de
informações de valor indiscutível, provenientes de estudos aprofundados e dados
retirados de experiencias inquestionáveis. O léxico utilizado pelos meus
colegas de plateia é substancialmente diferente do meu. Eles estão a utilizar
um código de encriptação com diferenças várias perante o meu, provocando assim,
a existência de lacunas nos conteúdos da informação e a consequente deformação
da mensagem por mim recepcionada. Terminada a discussão, sou submetido a uma
prova que tem como objectivo primordial a avaliação dos conhecimentos por mim
apreendidos na mesma. Eu executo a prova tendo por base óbvia a informação
desencriptada pela minha ferramenta, o meu léxico, à qual junto as lacunas
provocadas pela utilização de uma terminologia que não conheço.
Os resultados obtidos
serão efectivamente correspondentes ao meu nível de conhecimento da matéria?
O meu conhecimento
adquirido da matéria tem alguma proximidade da realidade da informação?
Perante os meus maus
resultados é legítimo afirmar que existiu insucesso de aprendizagem?
Face aos resultados
podemos admitir algum tipo de exclusão sociopedagógica?
E se eu pretender
transmitir o que aprendi a um terceiro com um léxico eventualmente mais pobre
que o meu? Que mensagem ele vai reter?
Estas e muitas outras
questões que foram abordadas na formação levaram acima de tudo a que ficasse
com muitas questões em mente. Mais que respostas, surgiram-me inúmeras dúvidas
e perguntas que gostaria de encontrar respostas:
Como estão os programas
lectivos estruturados?
Essa estrutura permite
a adaptabilidade plástica do cérebro?
As matérias colocadas
em programa estão na sequência necessária para a apreensão por parte do
cérebro?
A execução dos
programas lectivos contempla os intervalos imprescindíveis à apreensão,
experimentação e consolidação da aprendizagem promovendo a criação e
consolidação de vias neurológicas?
E no caso de ciclos
pré-escolares, qual é o papel da família?
Os diversos e enormes
problemas causados por processos disfuncionais de vinculação e estereotipagem
dos pais e ou educadores?
As famílias são
promotoras, cooperantes e coadjuvantes do ensino e da aprendizagem?
As famílias têm o
mínimo de conhecimento acerca do funcionamento neurológico e cognitivo dos seus
elementos e como se processa a aprendizagem?
Uma questão
“intrigante” que me fica sem resposta é o “abuso” na administração em tão
precoce idade de Metilfenidato, quase a gosto por incapacidade ou
indisponibilidade para melhor educar?
Qual é o papel do
clínico de clínica geral e familiar neste processo de sobre diagnóstico de
híper actividades?
Poder-se-á equacionar
uma pouco ética manipulação precoce da construção da personalidade da criança
através da utilização de fármacos (leia-se Metilfenidato por ex.) interferindo
directamente na construção e na adaptabilidade plástica do cérebro?
…Quantas questões ficam
no ar!...
A única coisa de que
fico convicto, é que é necessário e urgente obter respostas comprovadas e
experimentadas para muitas questões e dúvidas que estão por responder e muitas
outras que com toda a certeza irão surgir.
É urgente a criação de
um grupo interdisciplinar e multidisciplinar de trabalho que tenha em vista o
desenvolvimento de um trabalho impermeável a pressões políticas, de lóbis, de
preconceitos, de ideologias, etc.…
Fiquei com a certeza de
que não existe uma “receita” inequívoca a seguir.
Fiquei com a certeza de
temos de motivar mais os educadores e os políticos do que os estudantes.
Fiquei com a certeza de
que se estão a cometer muitos “crimes” seguindo determinados métodos.
Fiquei com a certeza de
que é urgente melhor compreender, melhor fazer uso do compreendido e melhor
ensinar dando início a uma corrente consolidadamente direccionada.
© Mário Rodrigues - 2013
© Mário Rodrigues - 2013
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O infinito e mais aquém…,
Tenho de acabar com isto...
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