O relógio de pêndulo bate...
O pêndulo romba silêncios com seu toc, toc,...
Os pássaros cantam nas árvores do jardim...
As cordas do violoncelo saltam das pontas do indicador, médio e anelar. Falangetas. Martelos em mente louca...
Louca incoerência luta de existência...
Terna e suave vida...
Trinar simples de vida pura...
Pura vergonha de não ser...
"naïf-ismo" senil...
Alzheimer-ção de identidade...
Identidade difusa...
Homem, versus aracnídeo...
Aranha criada por criador apressado...
Numa criação precipitada...
Homem incompleto...
Tempo decorrente...
O relógio de pêndulo bate...
O pêndulo romba silêncios com seu toc, toc,...
Os pássaros cantam nas árvores do jardim...
© Mário Rodrigues - 2015
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
terça-feira, 3 de setembro de 2013
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
...como penas pontas de asa...
Algures
numa estrada, em que eu passava, senti um som gordo no meu peito. Estalava como
as palmas mas mãos de meninas, esticando dolorosamente as mãos até projectarem
os dedos para trás como penas pontas de asa. Uns braços varriam a linha da
estrada com o intuito de indicar um hipotético caminho. Os caminhos, compostos
de generosas quantidades de vazio, nadas e aridez, podemos caminhar e, até
mesmo, voltar para trás com uma ilusória sensação de liberdade; mas podemos
também cruzar a fronteira; para o desconhecido ou para um regaço embalado por
Déjà vu's …
Timbres de pequenas canções
cantadas com o acompanhamento de batidas de latas e ferros. Eu poder-me-ia
salvar, com certeza que sim! Bastava para isso que quisesse. Querer de um modo
inequívoco e em que tudo o que compõe a decisão fosse claro e abarcasse toda a
amplitude da palavra e do acto. Mas qual das salvações desejo?
Na estrada, a maré está alta! As
raízes que brotam do asfalto, quais ondas térmicas, mostram caminhos ladeados
de rés de trompetes com terminações de dós menores de oboés… mas este, este é
só mais um dos percursos possíveis em existência de homem...
Caminhemos...
© Mário
Rodrigues - 2013
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Será que temos... Insucesso escolar, insucesso na aprendizagem, insucesso no ensino ou nenhum deles?
Se nos processos de
aprendizagem, formação da personalidade e estruturamento de prioridades no
desenvolvimento do individuo e do seu carácter, o conhecimento empírico e
holístico tem um peso derradeiro, no ambiente "escola", tais modos de
adquirir saberes, não são tão usados ou correntemente utilizados sendo
preferido um método de administração de conhecimentos mais tutorial.
A incomensurabilidade
simultânea de simplicidade e complexidade do cérebro, fá-lo ser, provavelmente,
o único órgão capaz de desenvolver um estudo aprofundado de si próprio, sendo
que a simplicidade lógica e quase "binaria" dos processos de
estímulo/resposta neurológicos contrasta com a variedade de respostas possíveis
após o decorrer desse mesmo processo. O conhecimento do funcionamento do
cérebro é fundamental para a melhor adaptação dos métodos de ensino, para que
desse modo se agilize a aprendizagem.
Proporcionarmo-nos
experiências frequentes de consciencialização da estrutura física e funcional
do cérebro deverá ser um dos primeiros passos num longo caminho de o bem
utilizar, promovendo através destas um melhor entendimento do que nos rodeia e
de como poderemos transmitir eficazmente esse conhecimento a outros.
Tratando-se de um órgão
essencialmente funcional, a complexidade, diversidade e o trabalho envolvido
nos processos, são decisivos para um amplo crescimento e desenvolvimento do
mesmo, não obstante o dimorfismo sexual humano, condiciona o desenvolvimento
cognitivo.
A adaptabilidade
plástica do cérebro, estrutural e funcional ao longo do decorrer da vida com o
objetivo de acompanhar as exigências e funções da adaptação a ambientes aliada
á ferramenta de excelência, a linguagem em todas as suas vertentes, permitem o
acesso necessário à troca de aprendizagens e conhecimentos. Esses, por sua vez,
fazendo uso da ferramenta de desencriptação da mensagem que lhe transmitimos
dominam a capacidade de "desencriptar" a mensagem, factor determinante
para a quantidade de informação entendida, condicionando assim a eficácia da
mesma.
É imprescindível a
utilização de léxicos comuns a ambos os agentes. Esta ideia poderá levantar
questões relacionadas, nomeadamente de quem deve fazer o quê?
Devem os educadores
utilizar léxicos menos ricos ou até mesmo pobres para fazerem chegar a
mensagem?
Deveremos todos nós,
promover, habilitar ou reabilitar o nosso vocabulário e dinâmica de transmissão
de sensações?
Num verdadeiro
exercício de imaginação, suponho-me fisicamente em uma plateia em discussão,
constituída por ilustríssimos conhecedores de, vamos supor, formas de vida
existentes em Marte. Sou submetido a seis horas de débito transversal de
informações de valor indiscutível, provenientes de estudos aprofundados e dados
retirados de experiencias inquestionáveis. O léxico utilizado pelos meus
colegas de plateia é substancialmente diferente do meu. Eles estão a utilizar
um código de encriptação com diferenças várias perante o meu, provocando assim,
a existência de lacunas nos conteúdos da informação e a consequente deformação
da mensagem por mim recepcionada. Terminada a discussão, sou submetido a uma
prova que tem como objectivo primordial a avaliação dos conhecimentos por mim
apreendidos na mesma. Eu executo a prova tendo por base óbvia a informação
desencriptada pela minha ferramenta, o meu léxico, à qual junto as lacunas
provocadas pela utilização de uma terminologia que não conheço.
Os resultados obtidos
serão efectivamente correspondentes ao meu nível de conhecimento da matéria?
O meu conhecimento
adquirido da matéria tem alguma proximidade da realidade da informação?
Perante os meus maus
resultados é legítimo afirmar que existiu insucesso de aprendizagem?
Face aos resultados
podemos admitir algum tipo de exclusão sociopedagógica?
E se eu pretender
transmitir o que aprendi a um terceiro com um léxico eventualmente mais pobre
que o meu? Que mensagem ele vai reter?
Estas e muitas outras
questões que foram abordadas na formação levaram acima de tudo a que ficasse
com muitas questões em mente. Mais que respostas, surgiram-me inúmeras dúvidas
e perguntas que gostaria de encontrar respostas:
Como estão os programas
lectivos estruturados?
Essa estrutura permite
a adaptabilidade plástica do cérebro?
As matérias colocadas
em programa estão na sequência necessária para a apreensão por parte do
cérebro?
A execução dos
programas lectivos contempla os intervalos imprescindíveis à apreensão,
experimentação e consolidação da aprendizagem promovendo a criação e
consolidação de vias neurológicas?
E no caso de ciclos
pré-escolares, qual é o papel da família?
Os diversos e enormes
problemas causados por processos disfuncionais de vinculação e estereotipagem
dos pais e ou educadores?
As famílias são
promotoras, cooperantes e coadjuvantes do ensino e da aprendizagem?
As famílias têm o
mínimo de conhecimento acerca do funcionamento neurológico e cognitivo dos seus
elementos e como se processa a aprendizagem?
Uma questão
“intrigante” que me fica sem resposta é o “abuso” na administração em tão
precoce idade de Metilfenidato, quase a gosto por incapacidade ou
indisponibilidade para melhor educar?
Qual é o papel do
clínico de clínica geral e familiar neste processo de sobre diagnóstico de
híper actividades?
Poder-se-á equacionar
uma pouco ética manipulação precoce da construção da personalidade da criança
através da utilização de fármacos (leia-se Metilfenidato por ex.) interferindo
directamente na construção e na adaptabilidade plástica do cérebro?
…Quantas questões ficam
no ar!...
A única coisa de que
fico convicto, é que é necessário e urgente obter respostas comprovadas e
experimentadas para muitas questões e dúvidas que estão por responder e muitas
outras que com toda a certeza irão surgir.
É urgente a criação de
um grupo interdisciplinar e multidisciplinar de trabalho que tenha em vista o
desenvolvimento de um trabalho impermeável a pressões políticas, de lóbis, de
preconceitos, de ideologias, etc.…
Fiquei com a certeza de
que não existe uma “receita” inequívoca a seguir.
Fiquei com a certeza de
temos de motivar mais os educadores e os políticos do que os estudantes.
Fiquei com a certeza de
que se estão a cometer muitos “crimes” seguindo determinados métodos.
Fiquei com a certeza de
que é urgente melhor compreender, melhor fazer uso do compreendido e melhor
ensinar dando início a uma corrente consolidadamente direccionada.
© Mário Rodrigues - 2013
© Mário Rodrigues - 2013
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O infinito e mais aquém…,
Tenho de acabar com isto...
quinta-feira, 6 de junho de 2013
Quem existo efectivamente?... Terá importância?...
Nos dias em que
as manhãs não desabrocharam…
Nas manhãs em que os despertares não explodiram!
Nos amores em que e desejo não matou…
Nas dores em que o ser não morreu!
Nos filhos em que a vida não nasceu…
Nas mortes em que a dúvida não nasceu…
Só aí…
Só aí se sente a ausência de um existir conexo e fortuito, uma vida de raiva e desejo; ora doce e serena, ora louca e, qual dente tubarão; cortante, numa essência conspirativa de existências perdidas e sinapses ofuscadas por embriaguezes neurotransmitidas numa confusão obscura sem certezas de quem efectivamente sou…
Nas manhãs em que os despertares não explodiram!
Nos amores em que e desejo não matou…
Nas dores em que o ser não morreu!
Nos filhos em que a vida não nasceu…
Nas mortes em que a dúvida não nasceu…
Só aí…
Só aí se sente a ausência de um existir conexo e fortuito, uma vida de raiva e desejo; ora doce e serena, ora louca e, qual dente tubarão; cortante, numa essência conspirativa de existências perdidas e sinapses ofuscadas por embriaguezes neurotransmitidas numa confusão obscura sem certezas de quem efectivamente sou…
Quem serei?
Biologia?
…
Cada vez
mais me acho apenas bicho!...
© Mário Rodrigues - 2013
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