domingo, 13 de setembro de 2015

Estepes vivendo...

A estepe atravesso,
aos elementos exposto,
adversas condições,
sereno imbuindo vou...

Por terras de ninguém,
sonhando aguardo,
um desejado amor que nunca tive...

Moribunda esperança és,
a de que um dia...

A de que um dia silenciosa mudes...
E eu, eu que por isso esperaria!... 

© Mário Rodrigues - 2015

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Nepal e o resto do cosmos

Muito amo vida e família que dada me foi. Tanto a ambicionava compatível e "imprescindida", com o estar lá, onde o sofrimento escorre nas valetas para as ribeiras formando grandes rios de raivosa dor. Lá não há desemprego porque as 24 horas são vergonhosamente escassas para o trabalho que sentimos obrigação de ter feito. Por lá não choro, por as lágrimas já ter secado e nada me escorrer no rosto sujo para além de suor. Por lá, as coisas não são mesquinhas porque não há coisas. Por lá... Por lá há espaço suficiente ao lado de moribundo para que com a nossa mão afaguemos rostos ensanguentados até a alquimia da vida abandone a amalgama de carbono que antes fora homem...

Por lá... Há "farrapos" que com os nossos cuidados, raivas, ansiedades, duvidas, fome, sede, saudades e dores, readquirem a alquimia da vida e a nosso lado se transformam em polvos com braços muito numerosos e enormes através dos quais, afagamos muitos mais rostos e beijamos muitas mais testas empoeiradas mas que ali e naquele momento amamos de uma maneira derradeira...

Gostaria que um dia, eventualmente póstumo, pelo menos um, com um olhar me demonstrassem que perceberam e também querem este sofrimento. Só com ele eu sinto a minha incomensurável felicidade e sorte de vos ter e compreender que tal como "por lá", "por cá" também podemos nos embrenhar neste sofrimento feliz que é amar uma vida incógnita.

© Mário Rodrigues - 2015

terça-feira, 7 de abril de 2015

A Sabedoria da Calma...

"Aquele que mantém a calma diante de todas as adversidades da vida mostra simplesmente ter conhecimento de quão imensos e múltiplos são os seus possíveis males, motivo pelo qual ele considera o mal presente uma parte muito pequena daquilo que lhe poderia advir: e, inversamente, quem sabe desse facto e reflecte sobre ele nunca perderá a calma."

Arthur Schopenhauer, in "A Arte de Ser Feliz"  

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Ando pelo mundo...

O relógio de pêndulo bate...
O pêndulo romba silêncios com seu toc, toc,...
Os pássaros cantam nas árvores do jardim...
As cordas do violoncelo saltam das pontas do indicador, médio e anelar. Falangetas. Martelos em mente louca...
Louca incoerência luta de existência...
Terna e suave vida...
Trinar simples de vida pura...
Pura vergonha de não ser...
"naïf-ismo" senil...
Alzheimer-ção de identidade...
Identidade difusa...
Homem, versus aracnídeo...
Aranha criada por criador apressado...
Numa criação precipitada...
Homem incompleto...
Tempo decorrente...
O relógio de pêndulo bate...
O pêndulo romba silêncios com seu toc, toc,...
Os pássaros cantam nas árvores do jardim...

© Mário Rodrigues - 2015

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